Coluna Sobratema: demanda aquecida
By Eurimilson Daniel12 March 2021
O início da campanha de imunização contra a Covid-19 traz um novo vigor de esperança e um ânimo renovado para as pessoas e as empresas. Essa tendência é a mesma no setor de equipamentos. Após o crescimento nas vendas de mais de 20% de máquinas da linha amarela em 2020, a expectativa para o primeiro semestre no segmento segue otimista.

É importante recordar que a pandemia impactou fortemente, porém brevemente, a comercialização de máquinas no segundo trimestre do ano passado. Contudo, a recuperação no ritmo de vendas veio em seguida, contribuindo para o índice alcançado pelo setor. Os últimos seis meses de 2020 trouxeram expressivos resultados e, igualmente, são responsáveis por impulsionar os negócios também neste início de 2021.
Além disso, a construção segue aquecida. Ano passado, foi responsável pela criação de mais de 110 mil vagas de trabalho, o que a colocou na primeira posição na geração de emprego entre todas os setores da economia. Já o segmento imobiliário viu o financiamento para compra e construção de imóveis somar mais de R$ 123 bilhões, alcançando o maior resultado de sua história, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
No caso da infraestrutura, diversas concessões foram realizadas nos âmbitos federal e estaduais, que ressoam positivamente neste ano, por serem projetos com maior duração. Há ainda a expectativa de novos leilões em diversos modais, que tem o potencial de alavancar a crescente demanda por máquinas e, sobretudo, diminuir os gargalos logísticos existentes, que interferem diretamente no Custo Brasil e na competitividade do país.
A mineração e a agricultura foram segmentos que não pararam e mantém suas compras de equipamentos, assim como a área de locação. Nos últimos anos, o mercado se deparou com uma nova tendência: as empresas não querem mais ter a máquina, mas sim usufruir de seus benefícios, diminuindo custos de capital e riscos. Com isso, a procura por locar equipamentos continuou robusta, inclusive atraindo o interesse de fundos de investimentos. Isso porque o Brasil é um país de oportunidades em diversos segmentos, com vastas possibilidades de crescimento para a aplicação de máquinas em diferentes frentes de trabalho.
Outro fator que contribui para uma expectativa positiva é o atual volume de capital existente no mercado. As empresas estão retomando os investimentos no setor produtivo, retirando os investimentos aplicados na área financeira.
Entretanto, mesmo o mercado tendo se instalado em um nível melhor ante os últimos três anos, os reajustes constantes nos valores das máquinas - que se iniciou no último trimestre de 2020 e continua até estes dois primeiros meses de 2021 -, corrobora para o aumento dos custos de operação nas obras, impactando o planejamento e orçamento de projetos e acarretando na absorção desses custos por parte dos usuários de máquinas. Certamente, a alta do dólar, falta de componentes e pandemia afetaram os custos de produção da indústria, que mesmo assim, mantém as vendas em elevação.
Essa avaliação reforça como o nosso setor está descolado do PIB nacional, com índices de crescimento bem acima da economia nacional. E, sem dúvida, isso se manterá até o final do ano, porque as oportunidades criadas tanto na iniciativa privada como no setor público ampliam a utilização de máquinas no país, fomentando emprego e renda.
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