Chile cancela três concessões de hospitais

O novo governo chileno anunciou essa semana que estão cancelados os processos de concessão de três hospitais no país. Os mesmos projetos serão realizados mediante obra pública a partir de 2015, prometeu o ministro de Obras Públicas Alberto Undurraga (foto).

Os hospitais em questão são os de LInares, Curicó e Chillán. A nota oficial do ministério não diz com precisão quais foram as razões para suspender as concessões. Apenas cita que uma melhor avaliação de benefícios e desvantagens do modelo de concessões é necessária. Tampouco especificou se isso vale para quaisquer concessões ou só para as concessões de hospitais.

O governo anterior havia aberto licitações, a pouco tempo do fim do mandato, para um total de dez projetos de construção ou reforma de hospitais públicos no Chile. A soma total de investimentos associados a estes projetos estava calculada em cerca de US$ 1,9 bilhão.

Levando-se a cabo por obras públicas a construção dos três hospitais retirados do pacote de concessões, pode-se pensar que os benefícios à população poderão ser mantidos. O plano de expansão da infraestrutura de saúde no Chile prevê agregar 4,3 mil novos leitos ao sistema de saúde nacional.

Durante as últimas décadas, o Chile se colocou como o país da América Latina onde mais se fazem concessões de obras públicas à iniciativa privada. Uma das principais perguntas do setor privado nas eleições do ano passado foi exatamente quais seriam as intenções de um eventual governo Bachelet frente o programa de concessões.

Ainda que nunca tenha existido uma postura radicalmente contrária às concessões, agora o MOP se mostra com disposição de rever pontualmente os projetos.

Não só as concessões de hospitais causaram diferenças entre os governos anterior e atual. A autopista urbana Vespúcio Oriente também foi objeto de discussão pela decisão da administração Piñera em separar a licitação em duas partes. O atual ministro Undurraga classificou isso como um erro, mas não anunciou nenhuma decisão a respeito.