CChC divulga plano para reconstrução de Valparaíso

25 April 2014

Valparaíso

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Patrimônio da Humanidade, a bela cidade chilena de Valparaíso esteve sob o mais forte incêndio de sua história no último dia 12 de abril, quando 15 pessoas morreram, outras 15 mil ficaram desabrigadas e 3 mil casas foram totalmente destruídas. O tema da reconstrução da famosa Valpo acendeu um debate no Chile. Enquanto o governo nacional fala de um gasto total de US$ 1 bilhão, a Câmara Chilena da Construção pede em um documento muito mais integração e planejamento para recuperar a cidade.

Em entrevista à imprensa internacional, representantes do governo de Michelle Bachelet já afirmaram que as autoridades têm um plano de reestruturação para Valparaíso que inclui mudanças no plano regulador urbano para considerar zonas de risco de incêndio e deslizamentos de terra. Além disso, fala-se de investimentos vultosas em infraestrutura, com a construção de vias especiais para conectar os vários morros que compõem a cidade. Ao todo, promete-se gastar US$ 1 bilhão com esse plano, que o governo classifica como o pagamento de uma dívida histórica com Valparaíso.

Mas em documento publicado no seu site, a Câmara Chilena da Construção (CChC), unidade Valparaíso, delineia uma série de propostas muito específicas para definir uma reconstrução que vá além do gasto financeiro.

Em seu longo documento, a CChC propõe medidas de curto, médio e largo prazos. Entre o muito que há, se destaca por exemplo a proposta de criar uma entidade público-privada com poderes especiais para desenhar um novo Plano Diretor para Valparaíso. “O que hoje se necessita é liderança e uma coordenação ao estilo de uma gerência de projeto”, diz o documento.

A estratégia proposta para esse Plano Diretor incluiria entre outros pontos a reurbanização dos morros, considerando zonas de autoconstrução assistida, para que não se perca o caráter estético e arquitetônico tradicional que é a marca da cidade. “Deve-se evitar uma construção tipológica repetitiva e idêntica”, diz a CChC.

Além disso, a entidade reivindica do governo o imediato subsídio de aluguel, porque de acordo com o documento muitos dos afetados já estariam construindo novas casas nas mesmas zonas de risco onde antes viviam, e sem os critérios técnicos indispensáveis para garantir a segurança. De acordo com a CChC, há um estoque de mais de 4,7 mil moradias desocupadas e potencialmente alugáveis.

O documento põe muita ênfase na convocatória dos distintos setores da sociedade local para participar na reconstrução, não apenas opinando mas também intervindo com algum poder de resolução. Assim, faz um apelo a que se consultem as universidades locais e as associações de moradores. Mesmo assim, o documento é claro em dizer que “o Estado é o garantidor do desenvolvimento de suas cidades”.

Finalmente, em uma crítica ao governo, a CChC afirma que “com um esquema de mínima eficiência, os recursos e capacidades técnicas que nós testemunhamos sendo oferecidos já estariam – há dias – em terreno com maquinarias, assessoria técnica, iniciando obras de urbanização, reciclando resíduos, enfim, tudo o que continua esperando uma liderança que ordene e coordene”.

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