Brasil retoma sua obra pública mais cara
By Fausto Oliveira12 May 2014
O governo federal retomou os trabalhos de uma das maiores e mais caras obras públicas da história do país: a transposição do rio São Francisco. O projeto de levar águas do Velho Chico a todos os estados do Nordeste esteve paralisado pelos últimos anos devido a uma grande quantidade de problemas contratuais com construtoras e imperfeições dos projetos de engenharia.
As obras da transposição começaram em 2007. O ambicioso projeto (que aliás é discutido no Brasil desde o século 19 como solução para a seca tradicional do Nordeste) prevê a construção de dois canais que saem do São Francisco. O eixo Norte tem 402 quilômetros de extensão, enquanto o eixo Leste tem 220 quilômetros, o que dá uma obra de 622 quilômetros de canais.
Todo o trabalho esteve paralisado nos últimos dois anos para uma revisão de quase todos os contratos, o que exigiu do governo um imenso esforço e elevou os custos do projeto dos R$ 4,7 bilhões iniciais para R$ 8,2 bilhões. A transposição se tornou a obra pública mais cara do Brasil, atualmente.
Obviamente, a parte dos canais que chegou a ser entregue hoje em dia está danificada, com muitas rachaduras e fendas na estrutura de concreto exposta ao sol por anos sem manutenção.
Mas o governo diz que isso é passado, segundo a imprensa. De acordo com o Ministério da Integração Nacional, os dois eixos somados se encontram hoje com 57,8% de avanço na sua construção. O número de trabalhadores hoje é de mais de 10 mil, e deverá subir a 11 mil até o fim do ano, segundo o governo.
Se até hoje nenhum trecho foi inaugurado e as reparações se fazem necessárias no que já foi construído, ainda assim o governo já pensa em expandir a obra e incluir dois eixos mais, o Sul e o Oeste. Não se sabe se isso será possível. Tampouco há uma data prevista para entrega dos dois eixos originais.
A principal dificuldade técnica do projeto está na construção de estações de energia e bombeamento de água ao longo de tantos quilômetros em dois canais. Mas além disso, o projeto prevê também a construção de 36 barragens, 63 pontes, 35 passarelas e 165 pontos de tomada de água do rio.
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