Brasil escolhe a construção para retomar economia

05 January 2016

Dilma Rousseff

Dilma Rousseff

A fim de superar os muitos obstáculos econômicos e políticos do Brasil em 2016, o governo federal anunciou a recriação do chamado Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, órgão consultivo formado por uma variedade de atores sociais. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) será parte deste grupo.

A entidade representativa das construtoras tem um primeiro grande objetivo em seu diálogo com o governo: destravar os cerca de R$ 6 bilhões em pagamentos devidos pelos ministérios às empreiteiras, por diferentes serviços prestados.

Em segundo lugar, a CBIC defende a manutenção das políticas de ajuste econômico mediante a contenção de gastos para sanar os indicadores macroeconômicos do país. O que pode não acontecer, já que o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, tem longo histórico de defensor dos gatos públicos como motores do crescimento. No atual contexto de endividamento público elevado com recessão e inflação, analistas consideram esta opção como totalmente equivocada.

Números

A reativação do setor de construção no Brasil deverá demorar. A CBIC afirma que a queda do setor em 2015 terá sido de 8%. Cerca de 500 mil empregos se perderam nas construtoras e empresas associadas à indústria.

Em São Paulo, o índice combinado de preços pagos para construir subiu 4,75% em 2015. Neste caso, deve-se considerar que um aumento menor do que a inflação nacional do ano (10,5%) reflete a intensa queda na demanda por insumos, materiais e equipamentos de construção.

Os comerciantes de materiais e insumos de construção confirmam. A associação da categoria, a Anamaco, diz que as vendas caíram em 2015 5,8%, primeira queda em 12 anos.

Por sua vez, o setor de equipamentos registra uma queda brutal. De acordo com a Sobratema, 2015 será lembrado como o ano em que a queda do segmento de equipamentos pesados chegou a inacreditáveis 57,8%.

Medidas

Diante do contexto, a presidente Dilma Rousseff afirmou esta semana que pretende utilizar exatamente a construção para reativar a economia do país. Se escolhe a construção, de acordo com o governo, por sua capacidade de gerar uma resposta rápida quando há investimentos.

Responsável por cerca de 9% do PIB nacional, a reativação da indústria da construção significaria um passo importante na recuperação.

Mas ainda se desconhece quais serão as medidas propostas pelo governo. O que se sabe é que serão discutidas no Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

Não obstante, a efetividade do plano dependerá de dois fatores incontroláveis. Um deles é o próprio problema econômico: a construção funciona à base de crédito, e hoje o país não conta com grande capacidade de concessão e tomada de créditos. E depois, também está no horizonte o possível impeachment da presidente Dilma Rousseff, pauta conflituosa que deverá retornar em março com toda força, e com consequências imprevisíveis.

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