As 50 principais construtoras da América Latina

O Ranking CLA50, elaborado pela Construção Latino-Americana, teve um crescimento substancial pelo segundo ano consecutivo, marcando receitas de US$ 27.735,3 milhões durante 2022, um número sem precedentes nos últimos cinco anos. Ao contrário das edições anteriores, onde as quedas no ranking foram atribuídas principalmente à purificação e profissionalização da lista, o ano em curso apresentou variações notáveis devido aos altos e baixos do setor.

Um dos dados mais encorajadores revela que a receita total das 50 maiores construtoras com atividades na América Latina experimentou um aumento notável de 20% em 2022. Este crescimento representa uma recuperação significativa após anos de quedas quase constantes desde 2013, com exceções para 2019 e 2021.

Dinamismo no Ranking

A análise do ranking com base nas receitas de 2022 destaca que 36 empresas aumentaram as suas receitas, algumas delas com crescimento notável. Por exemplo, a portuguesa Mota- Engil E&C registou um salto impressionante, passando de 652,6 milhões de dólares em 2021 para 1.601,1 milhões de dólares em 2022, subindo quatro posições para o quarto lugar.

É importante destacar também o impressionante crescimento de 68% da OEC brasileira, que lhe permitiu entrar no Top 10, subindo cinco posições para o nono lugar.

País por país

O ranking deste ano é novamente liderado pelo Chile, que, apesar de ter perdido um representante devido à falência da Claro Vicuña Valenzuela, tem nove empresas na lista e obteve receitas de 7.602,4 milhões de dólares, representando assim 27,4% do total. Porém, mais de 50% das receitas chilenas são explicadas pelo líder da lista, Sigdo Koppers, que registou um crescimento de 27,4% nas suas receitas, aproximando-se dos 4 mil milhões de dólares.

O Brasil, com a inclusão da Construtora Barbosa Mello na posição 31, adicionou uma nova empresa ao CLA50 e conta com 20 empresas listadas nesta edição. A receita do gigante sul-americano atingiu US$ 7.236,1 milhões (26,1% do total), acompanhando de perto o Chile. O Brasil recuperará a liderança que manteve por tantos anos antes da pandemia?

O terceiro lugar é ocupado pelo México em 2022, levando a Espanha para o quarto lugar. O país asteca viu como suas cinco empresas classificadas cresceram (Carso teve um aumento de 52,4%) e agregaram receitas de US$ 3.448,2 milhões.

10 principais

No Top 10 do Ranking CLA50 ocorreram movimentações internas consideráveis, com apenas três empresas mantendo suas posições, embora em sua maioria as mesmas empresas tenham permanecido neste seleto grupo.

O primeiro e segundo lugares permanecem com Sigdo Koppers na liderança, com uma diferença substancial em relação ao espanhol Sacyr. A Techint também mantém o quinto lugar.

A terceira posição, neste caso, ficou com Carso, cujo faturamento ultrapassou US$ 1.890 milhões, o que lhe permitiu avançar uma posição no ranking. Em quarto lugar está uma empresa acima mencionada: a Mota Engil E&C, cujas receitas na América Latina cresceram uns espantosos 145,3% entre 2021 e 2022.

A única empresa do Top 10 que teve queda no faturamento em 2022 foi a brasileira MRV Engenharia, e embora essa queda tenha sido de apenas 6,5%, isso a fez perder três posições para o sexto lugar.

As empresas peruanas Aenza e as chilenas Salfacorp e Besalco caíram uma posição, para a sétima, oitava e décima posições, respectivamente.

As duas mudanças significativas no Top 10 deste ano incluem o surgimento do referido OEC no nono lugar e a saída de Echeverría Izquierdo. Apesar de registar um crescimento de 25,6% em 2022 e obter receitas de 621,8 milhões de dólares, a empresa chilena não conseguiu manter a sua posição entre as dez maiores construtoras da região.

Em resumo, o Ranking CLA50 2022 reflete um ano de recuperação da indústria da construção na América Latina, marcado por um sólido crescimento nas receitas totais. No entanto, permanecem desafios devido à incerteza económica e política na região. A liderança do Chile, o crescimento do Brasil e a ascensão de novas empresas são tendências notáveis que manteremos sob observação nos próximos anos.