Argos: Cimento século 21
01 August 2017
A colombiana Argos é mais do que uma cimenteira. Ela representa uma plataforma de desenvolvimento sustentável para toda a indústria.
A planta cimenteira de Cartagena de Indias, Colômbia. A capacidade da Argos está calculada em 24 milhões de toneladas de cimento e 18 milhões de metros cúbicos de concreto por ano.
O mercado cimenteiro da Colômbia é o segundo com mais competidores na região, vindo atrás só do Brasil em número de empresas. São 12 companhias produtoras e seis importadoras regulares, que se beneficiam do baixo preço do frete marítimo internacional e da ociosidade da capacidade instalada em países como Espanha e Turquia. Além disso, é um dos países onde a demanda cresce, o que atrai a atenção do setor em escala mundial.
É neste contexto que a cimenteira Cementos Argos tem a liderança do mercado nacional. Mas mais do que isso, a empresa coleciona façanhas. Em cada resultado divulgado, a Argos supera as expectativas, provando que a opção por eficiência produtiva e comercial, investimento em tecnologia e desenvolvimento, e a diversificação de mercados são uma fórmula de progresso corporativo.
O balanço consolidado de 2016 mostrou um crescimento de 7,7% no faturamento, um aumento de 8,7% no Ebitda e o registro de 70% de suas vendas provenientes do exterior. Só no mercado dos Estados Unidos, a Argos viu crescer seu Ebitda em 63,8% comparado a 2015.
Quem acompanha os resultados da Argos não deve se surpreender com isso. Ano após ano, seus números impressionam. De acordo com seu presidente Juan Esteban Calle, “os resultados que registramos há vários anos vieram graças à visão estratégica centrada na satisfação dos clientes e orientada ao crescimento e diversificação dos mercados. Além disso, uma estrutura de capital fundamentada no equilíbrio de moedas e prazos de endividamento nos permitiu ter uma maior flexibilidade financeira, o que favorece as possibilidades de expansão e consolidação”.
Global
Já é um fato que a Argos está se tornando um ator global do mercado de cimento e concreto. O passo definitivo neste caminho se deu em 2005, com a entrada no mercado dos Estados Unidos. Doze anos depois, ela é nada menos do que uma das principais empresas da indústria no país.
“Os Estados Unidos são a maior economia do mundo, e para a Argos é um orgulho poder ser não só a companhia colombiana com o maior investimento naquele país, mas também a quarta produtora de cimento e a segunda produtora de concreto”, afirma Calle.
Esta história começou com a aquisição das empresas Southern Star Concrete e Concrete Express em 2005. No ano seguinte, adquiriu a Ready Mix Concrete Company e instalações portuárias em Houston, Savannah e Wilmington. Então, em 2011, a colomciaba comprou nos EUA duas fábricas de cimento, uma moenda de clínquer, 79 centrais de concreto, cinco terminais ferroviários e um porto marítimo, com um potente investimento de US$ 760 milhões. Em 2016, investiu outros US$ 660 milhões para adquirir uma fábrica de cimento em Martingsburg e oito terminais logísticos anexos.
Os contínuos investimentos nos Estados Unidos, mas também nos demais países onde têm presença (Panamá, Honduras, República Dominicana, Suriname, Haiti e Guiana Francesa, além da Colômbia) levaram a que a Argos tenha hoje em dia uma capacidade de produção anual de 24 milhões de toneladas de cimento e 18 milhões de metros cúbicos de concreto.
Não obstante, a Cementos Argos é dessas companhias sobre as quais seria injusto medir apenas por seus números de produção. Sua marca corporativa é a inovação, e é aí onde está a chave de seu sucesso. Por exemplo, não é por acaso que a companhia hoje seja considerada a cimenteira mais sustentável do mundo pelo Índice Dow Jones de Sustentabilidade ambiental e social. Sua atuação como “boa vizinha” das comunidades onde tem unidades se enquadra numa política de diálogos abertos com as populações e seus interesses, sempre se baseando numa gestão de riscos estratégicos para reduzir seus impactos.
Internamente, a inovação se traduz em receitas e economias. “Com grande orgulho podemos dizer que no ano passado 15,8% das receitas vieram da inovação, o que equivale a US$ 440,4 milhões. A consolidação das receitas provenientes dos concretos inovadores, os novos canais digitais e outros produtos de valor permitiram alcançar esta cifra. Temos a meta de em 2025 chegarmos a ter 20% de nossos faturamentos provenientes da inovação”, afirma o presidente da Cementos Argos.
Em termos práticos, trata-se de vários lançamentos de produto com soluções inovadoras nos últimos anos. “Com relação à inovação, nosso trabalho se foca nos eixos de excelência operacional e liderança de produto. No que diz respeito à excelência operacional, temos trabalhado muito em aumentar os níveis de adição de materiais cimentícios suplementares tanto no cimento como no concreto. Isso traz grandes benefícios ambientais pois usamos menos clínquer e assim reduzimos as emissões de CO2. Em relação à liderança de produto, estamos lançando uma série de produtos para deleitar os construtores, arquitetos, projetistas estruturais e usuários finais, entre os quais destacamos o cimento de alvenaria, cimento para estabilização de solos, micro-cimento, concreto colorido, concreto permeável, concreto avançado, concreto durável, concreto auto-compactante, concreto avançado de alta resistência e outros”, diz Esteban Calle.
Como toda a indústria cimenteira atual, o tema do coprocessamento e impõe também à Argos. Em seu caso, a questão ganha status de inovação em combustíveis alternativos. “Um forno cimenteiro é o ativo ideal para dispor de forma responsável uma grande variedade de resíduos, evitando que eles terminem em aterros sanitários e permitindo a substituição de combustíveis fósseis”, afirma o executivo.
Em 2016, a substituição de combustíveis fósseis por pneus usados e outros materiais alcançou 6,8% na Cementos Argos. Na Colômbia, o objetivo para 2017 é coprocessar mais de 1 milhão de pneus usados, em unidades como a Río Claro e de Cartagena. Nos Estados Unidos, a substituição chegou a 14,2%, mas só na fábrica de Newberry a intenção é chegar a 30% este ano. A unidade de Honduras também está próxima de iniciar o coprocessamento.
Visão
Tudo isso se enquadra em algo mais do que uma cultura corporativa que só busca a opção de curto prazo pelas tendências de momento.
“Sermos reconhecidos como a cimenteira mais sustentável nos enche de orgulho, mas sobretudo nos desafia a continuar transformando o presente, e não simplesmente confiar num futuro sustentável. Mas deve-se ressaltar que o compromisso com um modelo de desenvolvimento sustentável não é só da Argos, e sim de toda a indústria cimenteira em nível mundial, que está consciente de seus impactos e trabalha em conjunto com o objetivo de diminuir os riscos associados com sua operação”, conta Esteban Calle, lembrando que a Argos faz parte do Cement Sustainability Council, grupo das 24 produtoras de cimento mais importantes do mundo.
A força de sua decisão estratégica está em ver a sustentabilidade como valor. O que significa levá-la a um nível superior de materialização, integrando conhecimentos e abrindo-se à ciência mais atualizada que se produz nos dias de hoje. Assim, a empresa criou, nas dependências da Universidade Eafit, em Medelín, o Centro Argos para a Inovação, onde a ideia é promover o encontro dos desafios da indústria com as soluções da academia.
“O Centro Argos para a Inovação foi construído como mostra do nosso compromisso com o crescimento produtivo, competitivo e sustentável da indústria, da região, do país e do mundo. Com este Centro, propomos um ponto de encontro entre os desafios enfrentados pela indústria do cimento e concreto e as soluções da academia, promovendo a descoberta de novos usos destes materiais, que são essenciais para o desenvolvimento”, explica o executivo máximo da Argos.
De acordo com Juan Esteban Calle, o Centro Argos para a Inovação é um ponto de encontro de todos os atores da indústria da construção, mas enfatizando os benefícios destinados aos usuários finais dos produtos.
“É um lugar onde buscamos identificar as necessidades da indústria da construção para que, a partir da ciência e tecnologia, se possam aportar soluções para cada um dos atores, com especial ênfase nos usuários finais, que utilizam e desfrutam seus lares, os colégios, hospitais e rodovias; tendo como finalidade contribuir para o desenvolvimento de uma melhor sociedade em harmonia com a natureza”.
E embora este centro de inovações conecte a empresa com as pesquisas acadêmicas, na vida diária da companhia as inovações são estimuladas de forma parecida. Exemplo disso é o programa Ideaxion, através do qual os colaboradores da Argos têm portas abertas para propor ideias que ajudem a gerar receitas e economias, ou que impulsionem a empresa ainda mais no caminho da sustentabilidade.
O clima organizacional também significa muito para esta produtividade moderna, geradora de resultados tanto intangíveis como contábeis. Um reconhecimento do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e o Ministério do Trabalho da Colômbia demonstra bem isso: a Argos foi a primeira empresa na Colômbia certificada em Equidade de Gênero. “Este programa busca transformar as estruturas organizacionais das empresas, assim como a cultura e percepção dos colaboradores, com o fim de romper estereótipos de gênero que impedem o pleno desenvolvimento laboral de mulheres e homens”, diz o executivo.
Colômbia
Costuma-se afirmar, não sem razão, que a Colômbia está se aprontando para o desenvolvimento. Neste momentos em que o maior programa de infraestrutura rodoviária, o famoso 4G, começa a se tornar realidade, a Argos vai se aproveitar da oportunidade, claro, mas o fará com qualidade. “Já iniciamos o envio tanto de cimento como de concreto para seis dos 15 projetos licitados. Calculamos que os consumos continuem se incrementando pouco a pouco”, diz o presidente.
Seu progresso numa Colômbia que avança significará o desenvolvimento de uma cadeia de provedores locais, que são 90% do total. Assim a Argos se firma como uma empresa moderna em todos os aspectos, que sinaliza e apoia a construção do mais correto desenvolvimento.