Argentina e Brasil: diferentes contextos na indústria cimenteira
23 March 2018
Argentina acumula recordes de crescimento, enquanto o Brasil continua na luta pela recuperação.
Brasil e Argentina, que são os maiores mercados de construção e infraestrutura na América do Sul, vivem momentos distintos também no que se refere à produção e ao consumo de cimento. Enquanto na Argentina os números são de recordes positivos, no Brasil o mercado continua lutando para se recuperar da recessão.
De acordo com a Associação de Fabricantes de Cimento Portland (AFCP) da Argentina, em fevereiro o despacho de cimento pelas empresas do país somou 916.019 toneladas, o que representa 14,2% de crescimento em comparação com o mesmo mês do ano passado.
E mesmo que o número seja 11,1% menor do que no mês imediatamente anterior, a situação é de um despacho acumulado de cimento na Argentina por 1.946.380 toneladas (contando as exportações), crescimento interanual de 15,9% comparado com os dois primeiros meses de 2017.
O número argentino de consumo também cresce muito positivamente na Argentina. Somando-se os despachos nacionais e a importação, foram consumidas entre janeiro e fevereiro da Argentina 1.967.807 toneladas, o que foi um crescimento de 17,6%.
Enquanto isso, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), a venda interna de cimento no Brasil em fevereiro foi de 3,9 milhões de toneladas, mostrando queda de 0,8% em comparação com o mesmo mês do ano passado.
No acumulado entre janeiro e fevereiro, a indústria brasileira despachou 8,2 milhões de toneladas, o que representou queda de 0,4% na comparação com janeiro fevereiro de 2017.
O SNIC faz comparações dos acumulados dos últimos 12 meses. A venda registrada entre março de 2017 e fevereiro de 2018 foi de 53,7 milhões de toneladas, 5% menos do que o registrado entre março de 2016 e fevereiro de 2017.
Mesmo assim, a reativação relativamente boa da construção imobiliária brasileira faz com que o SNIC preveja um 2018 de recuperação para o setor de cimento, com aumento no consumo de entre 1% e 2%. Mas ainda que isso aconteça, o SNIC afirma que a capacidade ociosa da indústria ficaria em cerca de 45%.