Analoc:  Parceria frutífera

No ano de 2024, o setor de locação de equipamentos e ferramentas vislumbra um horizonte promissor, marcado por previsões de crescimento sólido e pela ascensão de novas tendências. Esse avanço é impulsionado por uma demanda em expansão na construção civil, na renovação de infraestruturas e no aumento de projetos relacionados a energia renovável.

A CLA conversa com Reynaldo Fraiha, coordenador da 2ª Analoc Rental Show, sobre promover boas práticas e fortalecer o setor de locação, e quanto à relevância das locadoras estarem sintonizadas com uma administração estratégica, crucial que estejam prontas para se adaptar ao indicador de expansão do mercado. A feira será realizada de 2 a 4 de julho, no Riocentro, no Rio de Janeiro.

1 - Antecipa-se que a tendência ascendente da automação impulsione o crescimento do mercado. No entanto, é previsto que desafios, como regulamentações rigorosas de emissões para equipamentos de construção, possam dificultar o crescimento do mercado ao longo do período de previsão. Como avaliar esse cenário?

Reynaldo – Acreditamos que todo avanço tecnológico dos equipamentos tem um forte impacto na utilidade dentro do canteiro de obras. Por exemplo, quando se fala de equipamentos movidos à bateria, a preocupação com manutenção é bem menor, somando-se a um maior tempo de produtividade para as operações. Hoje o mercado possui máquinas como mini escavadeiras e mini carregadeiras funcionando nessas condições, tecnologia que vem sendo aprimorada para equipamentos de grande porte.

Nas mineradoras, grandes equipamentos já trabalham de forma remota, gerando ganhos elevados com segurança e produtividade. Então, dentro disso, as regulamentações a curto prazo não devem impactar no uso desses equipamentos, e a médio prazo as frotas vão se adequando gradativamente para atender às normas sem perdas de produtividade.

2 – Falando em crescimento, podemos afirmar que elementos como a busca por redução de custos operacionais, ênfase em práticas sustentáveis e avanços tecnológicos estão entre os principais impulsores desse desenvolvimento?

Reynaldo – Toda tecnologia direcionada a aumento de produtividade gera, por si só, economia e redução de custo. Dessa forma, o setor de equipamentos para construção civil tem estimulado a médio e longo prazo, mão-de-obra especializada e operações mais sustentáveis, buscando redução de perdas, reciclagem, uso de energia limpa, entre outros fatores.

3 - Um relatório divulgado em novembro pela Fitch, especialista em classificação de crédito e pesquisa dos EUA, afirmou que “a expansão da margem, resultando em maior retorno sobre o capital investido (ROIC) e um ROIC spread sobre o custo da dívida em níveis em linha com os números históricos, deve permitir o aluguel empresas a conciliar suas estratégias de crescimento e renovação de frota com adequada alavancagem financeira. De que forma?

Reynaldo – As empresas precisam manter um controle forte sobre sua alavancagem, com investimentos bem estruturados que gerem um retorno adequado. Dessa maneira terão um custo menor nessa captação, com maior utilização dos equipamentos, atingindo melhores resultados. O locador deve sempre buscar a melhor taxa, investir em equipamentos reconhecidos por gerarem um ótimo retorno, para que o investimento seja diluído a curto e médio prazo. Ou seja, a máquina nova vai pagando o próprio investimento, impactando o mínimo possível no fluxo da empresa no curto prazo.

4 – Quais as tendências para o setor?

Reynaldo – O mercado de locação apresentou um bom crescimento em 2023, vai ter um avanço em 2024, com boas margens, e para 2025 acreditamos na continuidade desse mesmo ritmo.

Não prevemos grandes saltos, mas um crescimento salutar e permanente do setor de locação pelos próximos dois anos. No Brasil, não há políticas de Estado, mas de governo, então cada gestão adota políticas próprias e todos os setores vão tendo que se readequar a cada quatro anos. Isso gera muita insegurança política, econômica e dificulta uma análise a longo prazo.

5 – O que, efetivamente e irrefutavelmente, precisa mudar?

Reynaldo – Toda empresa precisa de planejamento a longo prazo, segurança jurídica e confiança para efetuar investimentos com mais tranquilidade. Ou seja, é necessário que haja uma política de estado para a economia como um todo, ao invés de estabelecerem planos setoriais por governo.

6 – Acredita que o mercado de locação do Brasil também oferece suficientes oportunidades para fabricantes de equipamentos?

Reynaldo – O mercado de locação é comprador, busca trabalhar sempre com equipamentos sustentáveis, que agreguem qualidade, segurança de operação e suportem a exigência das operações. Dentro de tudo isso, a atividade de rental pode inclusive servir de laboratório para as grandes indústrias aprimorarem seus equipamentos, as locadoras estarão aptas a dar feedbacks sobre eventuais melhorias em alguns modelos, a respeito de diferentes parâmetros. Por isso, precisamos que a indústria esteja mais ligada ao setor de locação, para trabalhar em conjunto no aprimoramento das máquinas, num relacionamento mais estreito e promissor. Contudo, as empresas de rental ainda não são tratadas com a devida importância por alguns setores da indústria, embora cheguem a representar 95% das compras de determinados tipos de equipamentos.

A Analoc Rental Show, inclusive, estabelece um canal de relacionamento direto entre a indústria fornecedora de máquinas e o setor de locação. A feira será realizada de 2 a 4 de julho no Riocentro, no Rio de Janeiro, e movimentará todo o ecossistema do locador, num ambiente onde será possível estreitar relações, gerar negócios, conhecer tecnologias e obter condições especiais de compra.

7 – Há muita diferença na nossa mentalidade com a de outros países?

Reynaldo – No Brasil, o setor de locação é relativamente novo, em sua grande maioria proveniente de empresas familiares. A partir da entrada de franquias nesse mercado, nós estamos conseguindo enxergar uma maior profissionalização no setor. Mas, ainda temos uma carência muito grande relacionada à educação profissional, por isso as entidades setoriais filiadas à ANALOC (Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas) buscam criar oportunidades para o locador. A própria ANALOC está promovendo cursos à distância e gerando interação maior de treinamentos com as indústrias. Paralelamente, a Analoc Rental Show procura agregar conhecimento ao setor. Acreditamos que a médio prazo, alcançaremos um patamar bem próximo ao que é praticado pelo setor de locação na Europa e nos Estados Unidos.

8 - A crescente tendência de aluguel tem demandado equipamentos tecnológicos mais robustos para atender às necessidades dos clientes e assegurar uma vida útil adequada, independentemente dos desafios enfrentados. Como as empresas podem lidar com isso?

Reynaldo – A tendência do mercado é ter equipamentos com tecnologia avançada. A atividade de locação exige, por si só, equipamentos mais robustos, que tenham vida útil mais prolongada e maior resistência, com dispositivos para melhorar a operação, os resultados e a segurança. Além disso, a eletrônica embarcada não terá retrocesso, cada vez mais as máquinas terão tecnologia avançada, e quem for avesso a essa realidade ficará ultrapassado.

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