América do Sul preparada para fortes vendas de equipamentos de construção...mas somente se a estabilidade política se mantiver

A América do Sul pode esperar vários anos de vendas sólidas de equipamentos de construção entre 2023 e 2027, após vários anos de turbulência.

Construction work in Ipanema, Rio de Janeiro, Brazil Construction work in Ipanema, Rio de Janeiro, Brazil (Image: marchello74 via AdobeStock - stock.adobe.com)

A América do Sul pode antecipar vários anos de vendas robustas de equipamentos de construção entre 2023 e 2027, após vários anos de instabilidade.

Isso está de acordo com uma nova previsão da empresa especializada em pesquisas de mercado Off-Highway Research, que lançou um novo serviço focado no continente.

O diretor-gerente da Off-Highway Research, Chris Sleight, disse à International Construction que um Brasil ressurgente significava que o mercado sul-americano de equipamentos de construção poderia esperar vendas superiores a 50.000 unidades por ano durante o período de cinco anos entre 2023 e 2027.

Isto representaria uma mudança bem-vinda face a vários anos de volatilidade, em que escândalos políticos em todo o continente afectaram a saúde do mercado, resultando numa série de altos e baixos nas vendas.

“Historicamente, a América do Sul tem sido um mercado com altos e baixos”, disse Sleight.

“Isso é realmente mais por razões políticas do que qualquer outra coisa. A última grande queda nas vendas na década de 2010 pode estar ligada ao escândalo da Petrobas no Brasil. Isso realmente paralisou a indústria porque vimos executivos seniores de algumas grandes empreiteiras indo para a prisão.”

O escândalo levou vários anos a resolver-se, mas, mais recentemente, o estímulo económico em toda a América do Sul ajudou a empurrar as vendas para um novo pico.

“O arranque ocorreu em 2021, tal como aconteceu com a maioria dos mercados em todo o mundo, quando as medidas de estímulo desencadearam uma enorme procura por máquinas de construção. No caso da América do Sul, o mercado dobrou em um ano”, explicou Sleight.

Em 2022, as vendas nos cinco maiores mercados da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Peru totalizaram mais de 65.000 máquinas, com um valor superior a US$ 8,5 bilhões.

Se o mercado seguisse o padrão das últimas duas décadas, seria tentador prever outra queda após tais máximos.

Mas desta vez pode ser diferente, de acordo com a Off-Highway Research.

Previu uma queda para níveis de vendas mais sustentáveis em 2023, em cerca de 54.000 unidades, e depois vários anos de vendas na faixa de 57.500 a 58.500, até 2028. A força motriz por trás desses números é uma população crescente e um número cada vez maior de pessoas. necessidade de infraestrutura.

O mercado sul-americano também beneficia de uma maior maturidade, com uma maior indústria de aluguer que emergiu dos tempos difíceis da década de 2010 e representa agora mais de 25% das vendas.

Sleight acrescentou: “As opções de equipamentos também mostram algumas das características de uma indústria em maturação, com crescimento em escavadeiras compactas, pequenas carregadeiras de rodas e manipuladores telescópicos – máquinas que normalmente substituem o trabalho manual ou soluções menos sofisticadas”.

A grande influência do Brasil

A ressalva dessa previsão é a estabilidade política, especialmente no caso do Brasil, que responde por 70% das vendas de equipamentos de construção na região.

Um relatório abrangente recém-publicado pela Off-Highway Research sobre a indústria brasileira de equipamentos de construção mostra como o país tem visto um crescimento forte e constante entre 2018 e 2022.

Ao longo desse período, as vendas aumentaram de 12.825 unidades em 2018 para 45.375 unidades em 2022, representando uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 37,1% no período.

Sleight disse que espera que o mercado no Brasil continue forte.

Em primeiro lugar – e isto aplica-se à América do Sul como um todo – os elevados preços das matérias-primas alimentaram a procura de equipamentos na extracção e na agricultura. Mesmo que o aumento da inflação diminua, Sleight espera que a procura por matérias-primas permaneça suficientemente forte para continuar a impulsionar o investimento de capital em equipamento.

No que diz respeito ao próprio Brasil, Sleight vê sinais encorajadores no que diz respeito à atual direção política do país.

“O segundo ponto positivo que vemos no Brasil é um foco renovado no investimento em infraestrutura por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), uma iniciativa política fundamental do presidente Lula da Silva em seu primeiro mandato, de 2003 a 2010, e que ele foi rápido em ressuscitar. tomar posse no início deste ano”, acrescentou.

Um enfoque renovado no investimento em infra-estruturas deverá ajudar a impulsionar o investimento em equipamento. A redução das vendas no final da década de 2010 significa que esse investimento é extremamente necessário.

A frota de equipamentos do país é antiga e precisa de ser substituída, e Sleight disse que o actual período de prosperidade deverá dar aos compradores a confiança necessária para renovar máquinas desgastadas, como escavadoras, buldózeres de lagartas e gruas móveis.

O Brasil enfrenta eleições presidenciais em 2026 e o relatório da Off-Highway Research indicou que poderá haver um pequeno declínio naquele ano para algumas linhas de produtos devido à incerteza.

No entanto, os programas governamentais de infra-estruturas, os programas de habitação destinados a apoiar as famílias de baixos rendimentos na compra de uma casa e o aumento da procura agrícola deverão todos ajudar a estimular o crescimento.

Falando sobre o mercado sul-americano como um todo, Sleight concluiu: “Sentimos que enquanto houver estabilidade política, as condições económicas na América do Sul estão maduras para um bom mercado a médio prazo”.

Para ler o relatório de mercado do Brasil na íntegra, clique aqui para acessar o site da Off-Highway Research para mais detalhes.

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