Acordo final garante Canal do Panamá para 2015

A Autoridade do Canal do Panamá e o consórcio Grupo Unidos pelo Canal (GUPC), responsável pela obra de ampliação do canal, anunciaram na sexta-feira passada que chegaram a uma variação final do acordo de março, agora sim definitiva, o que segundo ambas as partes garante que o projeto terminará em dezembro de 2015.

A ACP fez questão de esclarecer que o acordo agora alcançado não muda as condições do acordo de março, aquele que pôs fim ao conflito contratual que chegou a paralisar as obras por 14 dias. Isso significa que a ACP continua não aceitando pagar os custos adicionais reclamados pelo GUPC, que são de US$ 1,6 bilhão.

O que sim é novidade é que o consórcio afirmou ter conseguido levantar capitais suficientes para, cumprindo o que diz o acordo, possibilitar a liberação de uma fiança pela seguradora Zurich no valor de US$ 400 milhões. De acordo com o contrato, a fiança de cumprimento da Zurich só poderia ser liberada às empreiteiras se elas levantassem no mercado um montante de igual valor. As construtoras que compõem o GUPC (Sacyr, Impregilo, Jan de Nul e CUSA) afirmam que praticamente já conseguiram esses recursos.

Além dos US$ 800 milhões que resultarão da soma do aporte da seguradora mais os fundos obtidos pelo GUPC, o acordo de março previa também aportes de US$ 100 milhões da ACP e outros US$ 100 milhões pelo próprio GUPC. Em total, o acordo aporta US$ 1 bilhão para viabilizar a megaobra para 2015.

Enquanto isso, continua a arbitragem em uma corte de Miami, Estados Unidos, para definir se o GUPC tem ou não o direito de receber o pagamento extra de US$ 1,6 bilhão, que foi a causa primeira do conflito que começou em fins de dezembro de 2013.

A obra tem avanços importantes. A ACP informou que a ampliação total do Canal do Panamá tem 78% de avanço, enquanto que a construção do terceiro jogo de eclusas, parte principal do projeto e que cabe ao consórcio GUPC, está com 73% de avanço.