Uma região com grande potencial

05 October 2011

Existe um evidente consenso a nível mundial: a América Latina é uma região de crescimento e com muitas expectativas de desenvolvimento. Este cenário gera, sem dúvida, uma grande oportunidade para investidores e empreendedores que analisam cada país da região, com grande interesse, buscando entrar naqueles mercados mais favoráveis.

Um dado não menos importante, que mostra o potencial de uma região como a América Latina, é que no ano 2000 os países industrializados representavam 90% do PIB global, enquanto que hoje apenas alcançam 70%, aumentando a participação das economias emergentes de 10% a 30%, relação que em 2030 poderia ser de 50% e 50%.

O evento Latin American Infrastructure & Property Development Summit, organizado por Marcus Evans em Miami, Estados Unidos, reuniu, com este objetivo, fornecedores de soluções e os mais destacados executivos de empresas imobiliárias e empresas ligadas à infraestrutura. Durante três dias, de 17 a 19 de junho, os diferentes atores puderam interatuar em um espaço que permitiu a geração de redes de negócios e desenvolvimento de relações comerciais através da organização de uma série de reuniões, além de diferentes instâncias sociais e um programa de conferências através do qual os ouvintes obtiveram um perfil de como está o movimento dos negócios e do mercado na América Latina.

Francisco Andrages, chefe de investimentos da Prudential Real Estate Investors Latin America, empresa que tem US$3,1 bilhões em compromissos de capital na região, afirmou que agora todo o investimento em imóveis está sendo centralizado na América Latina e, principalmente, no Brasil, e muitos dos "frutos maduros já foram recolhidos", por isso as alternativas parecem estar no estágio de "ou tomar maiores riscos ou esperar menores rentabilidades".

No entanto, o mercado latino-americano continua tendo interessantes oportunidades de investimento. De fato, segundo o executivo, no Brasil está entrando muito mais dinheiro que a quantidade de projetos disponíveis no mercado, no entanto as empresas investidoras continuam buscando novos projetos no país. "É quase impossível perder dinheiro em imóveis no Brasil ou na América Latina", acrescentou.

A Prudential está hoje presente no Brasil (com projetos residenciais e de logística), no México (residencial, escritórios e retail) e Chile (residencial e escritórios) e está olhando com muito interesse ao mercado colombiano. Em países como Argentina, Paraguai e Venezuela não estão investindo devido à sua menor estabilidade política, explicou Andranges.

Ellis Juan, representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento no México, resumiu a importância da infraestrutura como a pedra angular do crescimento. O executivo deu destaque para o atual contexto do país, que foi uma das economias mais impactadas pela crise financeira mundial e que, segundo Juan, tem um intenso caminho pela frente para fortalecer sua posição e, desde já, sua infraestrutura. Hoje o país asteca, em um ranking de 139 países, ocupa o lugar 75 em competitividade de infraestrutura, 79 em qualidade, 93 em telecomunicações, 89 em portos, 79 em infraestrutura ferroviária, 65 em infraestrutura aeroportuária e 62 em rodovias. De acordo com os planos do governo, até 2030 deveria estar dentro dos primeiros 30 e para isso necessitará milionários investimentos. Inclusive, o Plano Nacional de Infraestrutura abrange investimentos de US$234 bilhões entre 2007 e 2012.

Também, com relação ao mercado mexicano, o presidente e diretor executivo da Jones Lang LaSalle, da América Latina, Pedro Azcue, comentou que "em geral, a recuperação econômica e a demanda de imóveis tem sido mais forte do que o previsto no México. Apesar do fator insegurança, o país continua sendo um destino atraente para o turismo e os negócios, mesmo com alguns de seus mercados inclusive próximos dos níveis de pré-crise"

No entanto, é necessário levar em consideração que por mais que o mercado de capitais no setor bancário mexicano esteja sólido, 80% das decisões de financiamento são tomadas nas casas matrizes das entidades (geralmente na Espanha, Inglaterra e Estados Unidos), onde são mais cautelosos para investir em infraestrutura, comentou Ellis Juan. "Acho que isso acontece no resto da América Latina, com exceção do Chile", acrescentou.

Hotéis

Parte importante das palestras estiveram focadas no mercado hoteleiro por meio de representantes de importantes redes como a Marriot International e a Accor, marcas que estão potencializando sua presença na região através de um leque de opções.

Logo de uma importante queda do setor hoteleiro produto da recessão econômica e a consequente redução de visitantes, tanto a negócios como a turismo, os próximos anos mostram-se promissores para o setor que vê grandes oportunidades em países emergentes, onde existem mercados pouco desenvolvidos ou que simplesmente não contam com uma forte presença e desenvolvimento de marcas internacionais.

Segundo comentou Paulo Mancio, vice-presidente técnico da Accor Hotels Brazil, a rede possui hoje 29.116 quartos em 188 hotéis na América Latina e há quase 100 novos hotéis na pasta e negociações para comprar mais participações no mercado.

Por sua vez, a Marriot International tem 1% de participação no Caribe e na América Latina, fato que, de acordo com Alejandro Acevedo, vice-presidente da companhia para a região, abre um importante leque de oportunidades. Inclusive, a empresa planeja a abertura de 95 mil novas suítes nos próximos três anos, 70% desses quartos estão em mercados fora dos Estados Unidos.

Segundo o executivo, os principais fatores que chamam atenção da Marriot International & Ritz Carlton é a estabilidade política e econômica da região, o constante crescimento e os incentivos governamentais. "Cada país tem sua própria dinâmica, desafios e oportunidades e alguns são muito atraentes", acrescentou.

Apesar de que tanto a Accor como a Marriot estão entrando com uma diversidade de marcas, ambas as companhias estão apostando por hotéis mais modestos como seriam os Ibis e Fórmula 1, no caso da Accor, e Fairfield Inn para a rede Marriot. Os investidores hoteleiros veem estrelas, mesmo que apenas duas ou três, em suas instalações na América Latina.

Brasil

A Marcus Evans desenvolverá durante 2012 um evento similar centrado no mercado brasileiro. Considerando a mesma dinâmica, o Brazilian Infraestructure & Property Development Summit, que será realizado no hotel Grand Hyatt de São Paulo, destacará os desafios e oportunidades do país através de palestras e apresentações dos principais líderes da indústria, além de reuniões privadas entre os diversos atores da indústria.

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