Tendências da locação

04 September 2020

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A rede Cat Rental Store tem mais de 1,3 mil filiais em todo o mundo.

Se analisamos dois projetos de construção idênticos, um em um país em desenvolvimento e outro em país desenvolvido, na maioria dos casos vamos ver que eles terão muito em comum: a engenharia, a logística, os controles ambientais, as máquinas pesadas e leves são as mesmas, e até a segurança e sinalização no projeto são respeitáveis e respeitadas pelos trabalhadores. No entanto, no que se refere à locação, haveria muita diferença e nem tudo é como parece.

Onde começamos a ver marcadas diferenças é na forma como se manifesta a locação ou aluguel de máquinas. Desde como se as oferece até como se cobra. As muitas diferenças não são tão óbvias e há muitas razões para que existam. Mas vamos por partes. Primeiro, um pouco de história. Comecemos pelo anglicismo “rental”: pagar pelo uso de algum bem. Nos EUA, este termo, assim como o conceito de pagamento por uso, é atribuído a Walter Jacobs.

Imagine estar no sul de Chicago, Illinois, em 1918. Ou seja, há mais de 100 anos, quando os Estados Unidos eram um país em pleno desenvolvimento e s novas tecnologias de ponta eram o automóvel e o motor a combustão, comparáveis ao que hoje são o computador e a internet. Os jovens dessa época eram sonhadores e empreendedores. Jacobs, com apenas 22 anos, forma uma empresa de locação de veículos. Por US$10 ao dia, um motorista poderia alugar um de seus 12 automóveis Ford Modelo T. Cinco anos depois este jovem empreendedor vende sua empresa a John D Hertz, que muda o nome para Hertz Drive-Ur-Self Corporation (dirija você mesmo). Hertz daí começa a crescer e cria uma empresa de taxis. Já nas décadas de 20 e 30, o negócio de locação de todo tipo de máquina estava em crescimento em todo o país. A Hertz atinge o ápice em 1965, quando se transforma numa corporação regional chamada Hertz Equipment Rental Corporation (HERC).

Já na década de 50 a empresa entrou na América do Sul e Caribe, quando o rental se tornava mais interessante. Na maioria dos países da América Latina e Caribe, se usam ambas as palavras, locação e rental. Mas em toda a América hispânica, o termo de designação desta atividade varia. No Chile, por exemplo, é “arriendo”, enquanto na Colômbia parte do país chama de “renting” e outra de “leasing operativo”. No Brasil, embora sem confusões, chama-se de locação ou de aluguel.

Diferenças

Num leasing operativo, o cliente paga uma mensalidade, em geral por dois ou três anos, e ao final do período decido ou não pagar um valor residual, mas não fica obrigado a comprar a máquina. Esta variação financeira ajuda o usuário no seu fluxo de caixa, já que o ativo não passa aos seus livros contábeis, tal como no rental. A grande diferença com a locação é que usualmente ela é por menos de um ano.

Outra diferença é que no contrato de um leasing operativo, o usuário está obrigado a cumprir com os pagamentos mensais, ou então será multado por não chegar ao final do acordo. Já no rental o cliente pode devolver a máquina quando quiser, mesmo que tenha negociado um período diferente.

Outra aspecto diferenciado é a tarifa, que no caso da locação inclui não só a manutenção, mas também a substituição da máquina em caso de falhas graves. Aqui vale mencionar que os danos de operação à máquina são responsabilidade do usuário. O leasing operativo não inclui a manutenção, e o usuário terá que procurar outra máquina e pagar por ela, caso a sua tenha uma falha grave. É por isso que a mensalidade do leasing operativo tende a ser mais barata do que a de locação do mesmo equipamento.

Mercado desenvolvido

No setor de locação dos EUA e da Europa, a questão das tarifas está quase totalmente padronizada. Este tendência se iniciou no fim dos anos 80, quando começaram a se identificar os processos e métricas essenciais do rental, e a difundir a tecnologia informática para gestão do negócio.

Se alguém quer alugar uma ferramenta manual, uma máquina leve ou equipamento pesado nos Estados Unidos, o contrato oferecido será por dia, semana ou mês. Já em muitos países da América Latina e Caribe, a tarifa é por hora. Ou seja, um cliente pode levar a máquina por oito meses com um mínimo de horas negociadas por mês, e pagar extra por horas usadas além do contratado. Isto se deve a que o conceito de tarifa diária, semanal ou mensal não conseguiu se estabelecer como o padrão na maioria dos países da região. Há algumas empresas que se mantém beste regime, mas maioria dos casos ainda são as empreiteiras que têm grandes frotas de maquinário que definem como se cobra a locação. Quando há baixa utilização de suas máquinas, elas saem ao mercado e alugam suas máquinas por hora, e isto tende a pautar o mercado.

Outra grande diferença entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento é a expectativa de serviço. Nos EUA, existe uma oferta de maquinário muito mais diversa que na América Latina. Por exemplo, nas grandes cidades existem muitas locadoras formais. Um cliente com um cartão de crédito pode alugar uma máquina que valha US$ 75 mil ou menos, e o locador a entrega em menos de duas horas no seu local de trabalho. Para máquinas de maior valor, o cliente postula uma linha de crédito com a locadora, que usualmente a concede em menos de 24 horas. Este nível de serviço é praticamente inexistente em nossos países. Para começar, poucas locadoras em nossa região têm seus próprios caminhões de entrega, a maioria terceiriza o transporte, o que torna o serviço mais lento.

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Uma grande diferença entre países desenvolvidos e em desenvolvimento é a expectativa de serviço.

Outro ponto é a participação do rental na indústria da construção. Nos EUA e na Europa, as empresas de engenharia e construção já não dependem de seu maquinário e optam pela locação. Calcula-se que a distribuição de máquinas pelo canal de locação é superior a 60% nos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, e acima de 70% no Japão. Na América Latina calcula-se que a média de penetração seja de 30% (segundo relatório da Yenst & Associates).

O grande setor de locação continua se desenvolvendo em nível mundial. Na América Latina, o setor segue em amadurecimento, e quanto mais melhorar a oferta e o nível de serviço, mais a penetração aumentará e se aproximará de níveis verificados em países desenvolvidos. A rede de distribuidores Caterpilllar, através de sua marca “Cat Rental Store”, está focada em diminuir aceleradamente este déficit nos últimos anos.

“Estamos orgulhosos da equipe, do serviço e da experiência que as filiais da Cat Rental Store dão aos nossos clientes em todo o mundo”, disse Dan Flynn, diretor global de equipamentos usados e de locação da Caterpillar. “A América Latina como um todo oferece oportunidades desafiadoras, mas emocionantes, para ajudar nossos clientes a fazer seus negócios crescer”.

Vejamos se aparece um Jacobs na América Latina, que invista em uma tecnologia emergente para o desenvolvimento exitoso de um negócio e uma região. É isto que, conscientemente ou não, buscam os clientes.

 

*George Bähnke, Ayax Ante Lezama, e Leandro Bueno trabalham na divisão Rental da Caterpillar.

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