Principais locadoras da América Latina

latam rental

Poderia ter sido pior. A Latam Rental deste ano, embora tenha mostrado uma ligeira queda em relação ao ano anterior, não foi tão forte quanto se poderia esperar, dado o fator pandêmico que atingiu o mundo desde março do ano passado.

No ranking do ano passado, considerando o faturamento de 2019, as 45 principais locadoras de equipamentos da América Latina faturaram cerca de US$ 2.189 milhões. O ranking deste ano agrega receita de US$ 1.997,8 milhões. Embora isso signifique uma redução de 8,7% de um ano para o outro, há duas ressalvas muito importantes.

Por um lado, a lista tem variado face à entrada de novas empresas e à saída de empresas anteriormente cotadas, e se compararmos as receitas de 2020 e 2019 das empresas do actual ranking, a queda é de apenas 2,1%. Por outro lado, há a desvalorização de moedas como o real e o peso argentino, uma vez que, se considerada a cotação de 31 de dezembro de 2019, a receita da Latam Rental deste ano ultrapassaria US$ 2.150 milhões.

Os 10 principais

Na verdade, é em grande parte devido à forte desvalorização do real que o Grupo Vamos teria perdido o primeiro lugar. Durante 2020, a empresa gerou uma receita de aluguel de cerca de R$ 859 milhões de reais, 10% acima de 2019. Na taxa de câmbio de 31 de dezembro de 2020, isso se traduz em cerca de US$ 165,5 milhões, enquanto com a taxa de câmbio em 31 de dezembro de 2019, o cifra seria de US$ 214 milhões, o que valeria a pena continuar na liderança da lista.

Mas o fato é que com o exposto, a inglesa Aggreko retomou a liderança que ocupa desde o início dessa lista e que só perdeu na tabela no ano passado.

Em terceiro lugar e subindo uma posição está a distribuidora mexicana da Caterpillar, Máquinas Diesel (Madisa), que obteve uma receita de aluguel de cerca de US$ 109 milhões, e que, como no ano passado, é seguida pela Sullair Argentina, que obteve resultados em torno de US$ 100 milhões.

A ascensão da posição dessas duas empresas é explicada pela queda da americana Ameco, que no ano passado faturou cerca de US$ 92 milhões na região.

Em sexto lugar está outro distribuidor da Caterpillar, a canadense Finning, que tem operações na região da Argentina, Bolívia e Chile. A empresa teve um forte salto de 17% em seu faturamento, porém, isso se explica principalmente pela venda de equipamentos usados, já que o aluguel teria caído pouco mais de 20%.

Na sétima posição está a especialista em soluções energéticas APR Energy, que é seguida de perto pela brasileira Ouro Verde. A divisão de equipamentos pesados ​​desta última obteve receita de US$ 84,4 milhões. A expectativa é que no próximo ano essa empresa suba mais posições, já que, como veremos a seguir, está investindo fortemente na expansão e renovação de sua frota.

A chilena SK Rental caiu duas posições para a nona colocação com faturamento de US$ 83 milhões. De referir que a empresa está a investir fortemente no seu processo de digitalização, no reforço da plataforma Be Rental e no lançamento recente do Be Market. De referir ainda que no início do ano vendeu as suas operações no Brasil para a Mills.

Também com receita de cerca de US$ 83 milhões, outra empresa americana especialista em energia fecha o top 10: a SoEnergy.

INVESTIMENTOS

No ano passado houve um grande dispêndio em investimentos para aquisição e renovação da frota e 22 empresas desembolsaram cerca de US$ 467 milhões na compra de novos equipamentos.

Conforme antecipado, destaca-se o caso da Ouro Verde, que investiu cerca de US$ 1.283 milhões e encerrou 2020 com uma frota de máquinas e equipamentos pesados ​​composta por 7.453 unidades. Com isso, a empresa reduziu a idade média de sua frota para 47,1 meses, ante a média de 48,6 meses em 2019.

Uma das novas adições ao ranking, a Zocar Rio Caminhões declarou investimentos da ordem de US$ 94,2 milhões ao longo de 2020. A empresa está determinada a crescer e destacou que espera “crescimento constante do mercado durante 2021, dado que tivemos um crescimento significativo aumento do volume de contratos firmados, mais de 80% consolidados, o que reflete o crescimento e a necessidade do mercado atual de trabalhar com empresas do porte da Zocar, com certificações e procedimentos claros e bem definidos ”.

O terceiro maior investidor no ano passado teria sido a Madisa, que apesar da contração do mercado e das incertezas da economia face à pandemia, aumentou os seus esforços “para continuar com a nossa visão e missão, ser um distribuidor de excelência, prestando o nosso melhor serviço aos clientes e ansioso para alcançar nossos objetivos em 2021 ”.

Outra nova empresa da lista também se destaca entre os 5 maiores investidores. Trata-se da Armac, que anunciou desembolsos de US$ 40,1 milhões na ampliação da frota, que teria encerrado em 2020 com 1.046 unidades.

Uma das distribuidoras brasileiras da Caterpillar Sotreq fecha as cinco primeiras, que investiram US$ 26,8 milhões no ano passado. O negócio de locação da empresa cresceu mais de 30% no ano passado (o que lhe valeu passar da posição 20 para a 14) e segundo a empresa, até agora em 2021 já teve um aumento de 70%, pelo que se espera sobem outras posições no ranking de 2022.

Do total investido em 2020, 67,2% correspondem a empresas brasileiras, o que mostra a franca expansão da oferta e da demanda por locação de equipamentos no Brasil e como as empresas lutam para expandir sua capacidade financeira para dominar o setor.

NOVAS ADIÇÕES

Das quatro novas adições à Latam Rental, três são do Brasil. Já mencionamos duas: a Armac, que com receita de US$ 23,8 milhões ficou na 26ª posição, e a Zocar Rio Caminhões, que gerou receita de cerca de US$ 15 milhões, na etapa 29. A terceira é a Big Rental, que com receita para US$ 5,6 milhões ficou em 41º lugar.

A quarta nova empresa listada é outra concessionária Caterpillar nas Bahamas. Trata-se de Máquinas e Energia, que gerou receita de aluguel de US$ 5,7 milhões em 2020

PROJEÇÕES 2021

Em linhas gerais, percebe-se um cenário positivo neste ano, o que permite prever que o faturamento da Latam Rental no próximo ano deverá expressar crescimento e, claro, ultrapassar US$ 2.000 milhões.

O Brasil está atualmente com um mercado muito ‘aquecido’ no que diz respeito a aluguel e na lista deste ano representa 39% do faturamento (1,7 ponto percentual acima do ranking anterior) com um faturamento de US$ 778,2 milhões. A expectativa é que, dados os pesados ​​investimentos feitos pelas locadoras no último ano e o otimismo para este ano, isso se traduza em forte crescimento para os resultados de 2021.

A Casa do Construtor, empresa que ocupa a 13ª posição com faturamento de US$ 63,3 milhões, destacou que cresceu 30% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. “Nossa expectativa para 2021 é abrir 100 novas lojas, agregar novas tecnologias para melhor atender nossos clientes e melhorar o mix de equipamentos, mantendo os investimentos, não só em máquinas, mas também em marketing, treinamento de pessoal e TI”, destacaram.

A Locar Guindastes e da Transportes Intermodais indicou que está “passando por uma recuperação gradativa do mercado, aumentando o uso de equipamentos, mas ainda abaixo da rentabilidade esperada. Estão sendo anunciados os grandes projetos que ficaram paralisados ​​por esta grande crise de saúde que afetou o mundo, impactando diretamente neste resultado. Notamos claramente a retomada dos investimentos em equipamentos, mesmo com o câmbio como grande vilão, mostrando otimismo no segmento ”.

Entretanto, o outro especialista em aluguer de gruas, Guindastec, destacou que “trabalhamos com mais de 95% da frota em operação e temos novos contratos de mobilidade urbana, mineração, construção civil e energia. Nossa expectativa é de um crescimento em torno de 60% ”.

Em suma, o mercado brasileiro de construção civil está em recuperação, sendo 2021 o ano da recuperação, mas como avisa a Big Rental, será “para quem se adaptou aos novos tempos e está preparado para este ano”.

Boas expectativas não estão só no Brasil. A IASA Panamá, empresa que tem atividades no Panamá e no Equador e que declarou receita de aluguel de US$ 3,5 milhões (somente de suas operações no Panamá), espera fechar este ano com um faturamento de US$ 6,7 milhões, um crescimento acima dos 90% .

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