Panamá fortalece sua infraestrutura

05 October 2011

Panamá

Panamá

Panamá está em constante crescimento. Apesar de que o país sentiu os efeitos da crise financeira internacional e, em 2009, sua expansão foi de apenas 3,1%, em 2010 retomou um melhor caminho e, apesar das previsões de organizações internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), que não ultrapassavam 5%, sua economia cresceu mais de 7%.

Para 2011, as perspectivas são ainda melhores. Segundo a projeção do Panama Economy Insight, a economia crescerá 9,2% para logo voltar aos níveis pré-crise, crescendo 13% e 11% em 2012 e 2013, respectivamente.

O Panamá foi considerado o sexto país da América Latina com maior crescimento econômico e o FMI prevê que liderará a região da América Latina e o Caribe no período 2011-2015.

Construção

O setor da construção não ficou fora desse positivismo. Durante o primeiro trimestre, de acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INEC), o setor da construção tem se mostrado mais vigoroso, cenário relacionado com a execução de investimentos públicos e privados, incluindo o desenvolvimento de mega projetos de engenharia civil.

De fato, são estes grandes projetos planejados no país que têm impulsado o desenvolvimento e as expectativas. Segundo o presidente da Câmara Panamenha da Construção (Capac), Gastón Regis, "O Panamá, para 2011, espera um crescimento de 14,9%, muito acima dos países da América Central, expectativas que estão de acordo ao observado durante o primeiro trimestre do ano. Para 2012, principalmente pelo efeito da construção de obras dos mega projetos de infraestrutura, espera-se um crescimento do setor que ultrapassa 20%".

Sua posição geográfica privilegiada, na metade do continente e com litoral tanto no pacífico como no Atlântico, a existência do Canal do Panamá, como também o importante setor financeiro panamenho (principalmente este), são considerados fatores chave para o desenvolvimento e o dinamismo que tem mostrado o setor construção e imobiliário no país, comenta o dirigente.

Por sua vez, a orientação e esforços da política pública para impulsionar o setor da construção, também tem tido um papel importante. "Os incentivos são mais sólidos no Panamá que no resto dos países da América Central, onde, apesar de que o setor é considerado como um motor do crescimento econômico, recebe poucos estímulos para seu desenvolvimento. No Panamá, os incentivos têm sido bem aproveitados pelos investidores do setor construtivo e imobiliário panamenho, de tal forma que foram desenvolvidos nichos de mercado, por exemplo, dirigidos aos turistas e aposentados", garante Regis.

"Além disso, o país nos últimos anos desenvolveu obras de infraestrutura de maior envergadura, em comparação com os outros países da América Central", finaliza.

Por sua vez, Manuel Vallarino, ex-presidente da Capac, recalca que "O Panamá foi um dos poucos países do mundo onde não houve crise. Não houve crescimento negativo e isso nos ajudou muito". O executivo está de acordo com as previsões positivas e garante que graças aos investimentos que estão em desenvolvimento "espera-se um crescimento sustentável para os próximos seis ou sete anos".

Mas este crescimento é o que coloca um tom de alerta no setor. Já em 2007, em pleno auge da construção, houve uma forte escassez de mão-de-obra, situação que poderia ser repetida em 2013, segundo Vallarino. Assim, a Capac está constantemente dedicada à capacitação e aperfeiçoamento de novos operários, e tem como desafio "manter a nossa classe operária trabalhando na maior porcentagem possível. Que exista continuidade na indústria e que não sejam apenas picos e grandes quedas", acrescenta.

Investimentos

Entre as principais obras que estão em construção hoje em dia, o destaque fica por conta do investimento de US$5,2 bilhões na ampliação do Canal do Panamá, a construção da primeira linha do Metrô na cidade do Panamá (o primeiro metrô centro-americano) por um montante de US$1,4 bilhões e a construção de uma mina de cobre, que envolve gastos de US$4,3 bilhões. O setor elétrico projeta iniciativas por mais de US$4 bilhões nos próximos seis anos e o investimento hoteleiro no período 2010-2012 estimado em US$2,3 bilhões. Por sua vez, o governo planeja realizar investimentos públicos de US$ 13,6 bilhões no período 2010-2014.

Além do setor da construção, a indústria de manufatura de cimento, produção de concreto pré-misturado e o setor de minas e pedreiras serão impactados de maneira favorável pela demanda. Unicamente para a expansão do Canal serão necessários mais de um milhão de toneladas de cimento.

Finalizada a construção desses projetos, espera-se que a capacidade produtiva do país cresça consideravelmente e que esteja pronto para duplicar seu PIB no lapso de uma década.

Entre os planos públicos, o destaque fica por conta do projeto de Reorganização Viária da Cidade do Panamá, que será colocado em prática por meio de 13 iniciativas orientadas a distribuir de uma forma fluída, dentro da cidade, os veículos que provêm das vias de acesso Norte, Sul, Leste e Oeste.

Sobre esse assunto, os principais são os projetos de viaduto e ampliação da Avenida de la Amistad (US$20,5 milhões), o viaduto sobre a Avenida de los Mártires (US$29,3 milhões), o desenho e construção da ampliação da rede viária integradora da localidade de Tocumen (US$35,9 milhões), o viaduto sobre a Avenida Omar Torrijos, entre Albrook e Diablo (US$22,5 milhões) e o viaduto Omar Torrijos com a Avenida Nacional (US$24,7 milhões).

Orçamento nacional

Abrigando na capital alguns dos arranha-céus mais altos da região e sendo sede de dezenas de bancos internacionais, a posição do Panamá na América Latina está cada dia mais fortalecida. O país reconhece essa colocação e continua trabalhando para isso.

Recentemente, o Ministério de Economia (MEF) apresentou um orçamento para o Estado de US$14,4 bilhões, o maior na história do país e é quase o dobro do que foi aprovado em 2007, que alcançou US$7,3 bilhões.

Segundo o titular da carteira, Alberto Villarino, o ministério mais favorecido com relação ao montante é o de Educação ao qual são designados US$969,5 milhões, seguido pelo de Saúde, com US$861 milhões.

Por sua vez, o ministério da Presidência receberá US$810,8 milhões, mais do que o destinado ao de Obras Públicas, que recebe US$723,5 milhões, Segurança, US$548,4 milhões e o de Governo, com US$207 milhões.

Em total, a proposta que a comissão deve aprovar antes de passar a um segundo debate, aumenta 11,4% em relação com o orçamento em execução.

Panamá fortalece energias renováveis

A partir de 2013, o Panamá gerará energia eólica, esse é o objetivo da nação centro-americana que busca incorporar com maior intensidade energias renováveis não convencionais em sua matriz energética. A Empresa de Transmissão Elétrica (Etesa) realizará uma licitação, em outubro, para a execução de um projeto eólico que envolveria gastos de US$360 milhões e que poderia colaborar com uma geração de cerca de 200 MW.

Este montante é parte de um investimento total de US$620 milhões que serão destinados durante quatro anos para a instalação de plantas eólicas, solares e térmicas, que seriam somados aos US$3,3 bilhões que estão sendo investidos atualmente em usinas hidrelétricas. Este último tipo de energia representa hoje 60% da geração no Panamá.

Canal do Panamá

A Autoridade do Canal do Panamá (ACP) terá um orçamento recorde de US$2,4 bilhões para o ano fiscal 2012 (de 1º de outubro de 2011 a 30 de setembro de 2012), cifra que representa um aumento de US$292,6 milhões com relação ao orçamento aprovado para o ano anterior.

Segundo a ACP, também será marcado um recorde para as operações da via interoceânica, que projeta o trânsito de 320 milhões de toneladas de carga para o ano fiscal. O máximo índice registrado anteriormente foi de 312 milhões de toneladas, em 2007.

Para o ano fiscal de 2012, está prevista, entre outras coisas, a licitação para a construção da primeira ponte sobre o Canal do Panamá no setor Atlântico, cujo desenho final foi concedido, em junho, ao consórcio China Communications Construction Company/Louis Berger Group que deve estar terminando o trabalho em 2014.

Cidade Governamental

Uma interessante iniciativa pública do Panamá é a Cidade Governamental, projeto que abrigará mais de 20 mil funcionários públicos e transformará um gasto frequente (aluguéis) em um ativo fixo do Estado, alcançando economias de até US$48 milhões anuais em esse sentido, além da diminuição dos tempos de trâmite para usuários finais e comunicação mais efetiva entre as entidades.

O projeto estará localizado em 64 hectares de terras de propriedade do Estado, localizadas na área de Curundú, com fácil acesso ao Aeroporto Marcos A. Gelabert, os principais portos do Pacífico, o Terminal de Albrook, assim como uma estação no Metrô da Cidade do Panamá.

O plano tem um custo estimado de US$360 milhões, os quais serão parcialmente financiados através do desenvolvimento e venda de 23 hectares para uso comercial.

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