No traço do sucesso

17 December 2020

As centrais de dosagem estão se beneficiando dos avanços em todas as áreas da tecnologia, desde iniciativas ecológicas e automação, até o controle de qualidade e outras. Em geral, está demonstrado que as centrais atuais estão evoluindo para uma maior eficiência em benefícios de produtores e seus clientes.

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O secador Ammann RAH100 está projetado para permitir que uma usina de asfalto produza com 100% de RAP.

A tecnologia de reciclagem está se tornando cada vez mais importante em todo o mundo, já que os produtores de concreto e asfalto tentam utilizar os recursos de maneira mais inteligente, sem efeitos adversos para a qualidade da mescla.

De acordo com o estudo Demanda e Oportunidades do mercado de aditivos de asfalto 2020-2030, da Persistent Market Research, espera-se que a crescente demanda de pavimento com asfalto RAP para o desenvolvimento de infraestrutura movimente a demanda por aditivos de asfalto.

O uso de RAP ajuda a reduzir o custo em relação ao material virgem, o que por sua vez ajuda a economizar no geral com um projeto. Apesar disso, até 30% de RAP deve ser misturado com asfalto virgem, já que a adição de um porcentual mais alto de asfalto recuperado poderia degradar o desempenho.

Segundo o mesmo estudo, a demanda de asfalto utilizado em pavimentação de ruas e rodovias aumentou nos últimos anos, devido a maiores investimentos públicos e ao crescimento das atividades de desenvolvimento de infraestrutura rodoviária.

Para satisfazer a alta demanda por RAP, a Ammann, empresa com sede na Suíça, desenvolveu para o mercado norte-americano o ACP ContiHRT. A usina conta com um secador RAP para a ação de materiais reciclados quentes, e uma alimentação de reciclagem a frio separada que permite desenvolver misturas com até 60% de RAP.

“Aqui as tecnologias de produção de asfalto recuperado se transferiram das usinas batch da Ammann para uma usina de mescla contínua”, diz Günter Tesch, gerente sênior de desenvolvimento comercial de usinas da Ammann. “Os clientes que preferem a tecnologia de mistura contínua podem se beneficiar da experiência da Ammann e utilizar tecnologia comprovada que estabelece novos padrões”.

“Nos últimos anos, o enfoque está mais alinhado com a economia de recursos e a redução da pegada de carbono através de medidas como o asfalto a baixa temperatura. Isto traz como resultado novas tecnologias para o RAP, que se torna mais importante no mundo do asfalto atual”, afirma.

O secador Ammann RAH100 está projetado para permitir que uma usina de asfalto produza uma mistura consistente de 100% de RAP.

Essencial para o RAH100 é seu suave processo de aquecimento, de acordo com a companhia. No processo de mescla morna, o secador pode aquecer materiais a temperaturas de entre 100 e 130 graus celsius. Também pode fazer asfalto a 140-160 graus, se o objetivo for uma mescla mais tradicional.

O aquecimento do RAP costuma ser o processo em que surgem as complicações. O RAP deve alcançar sua temperatura objetivo, mas o CAP ficará danificado se o material se aquecer muito rapidamente.

O tambor do RAH100 da Ammann foi projetado para eliminar esta preocupação, e consta de duas seções conectadas. Um é o gerador de gás quente que contém um queimador e força o ar em direção à segunda seção, que é um secador de contrafluxo.

O RAP entra na extremidade mais distante da seção do secador de contrafluxo, e se move rumo à câmara de calor. Ao final do secador de contrafluxo, o RAP se transporta a um silo adjunto. A mistura a quente sai do secador antes que a temperatura esteja excessiva, pelo que nunca alcança a temperatura crítica em que o material betuminoso se danifica.

Eliminando o erro humano

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O HPS100 da Trimble confirma que o cliente obterá um produto exatamente como solicitou.

No mundo atual, a automação extensiva dos processos de produção é importante para a segurança de trabalhadores e qualidade do produto. Com menos trabalhadores empregados, é crucial eliminar o potencial de erro humano na equação, tanto quanto possível.

A fim de ajudar com isso, a Trimble oferece o TrimFleet HPS100, um meio automatizado de leitura da pressão hidráulica da transmissão da caixa de engrenagens do tambor, o que ajuda os motoristas dos caminhões betoneira que a mistura chegue com características consistentes no local do lançamento.

O HPS100 captura os dados em pontos críticos durante o ciclo de entrega com marcas de tempo e precisão para a validação da qualidade. Os despachadores e operadores de lote podem ver as leituras de pressão em tempo real a partir de seus escritórios, sem esperar que o motorista responda. Os gerentes de controle de qualidade podem se assegurar de que o material estará com slump correto e que seja lançado corretamente depois de sair da central, agregando o que for necessário de água de acordo com os dados de pressão do TrimView.

“Quando o concreto sai da central, já no caminhão betoneira, é responsabilidade do motorista tentar manter o traço dentro do slump projetado”, afirma JP Schuette, gerente de produto da Trimble Construction Logistics.

A leitura da pressão hidráulica indica quanta pressão é necessária para fazer girar o balão quando ele está cheio, o que se relaciona com o slump do concreto. Com esta informação, os condutores já não precisam se colocar em situação de risco pessoal ao subir na parte traseira do caminhão, e ainda se elimina o tempo dedicado a revisar o material. O HPS100 proporciona uma confirmação de que o cliente obterá um produto exatamente como foi contratado.

“No panorama mais amplo e geral, realmente se trata de segurança e qualidade, e de que as pessoas obtenham aquilo pelo que pagaram”. Diz Schuette. “Com nosso aplicativo TrimView, o motorista e o despachador podem ver a leitura. É realmente útil para o controle de qualidade”.

Simplificação

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O Carmix Concrete-Mate é um sistema de pesagem eletrônica que pesa o concreto diretamente no balão.

A Carmix está ajudando a mover o setor de concreto com o desenvolvimento de tecnologias digitais que simplificam as operações em obra. Um exemplo é o Concrete-Mate, sistema de pesagem eletrônica que pesa o concreto diretamente dentro do balão. Em lugar de um sistema de pesagem instalado na caçamba, o sistema da Carmix está equipado com quatro células de carga eletrônicas na parte inferior do balão.

Disponível no modelo Carmix 3500 TC, este sistema de pesagem permite ao operador dosar e verificar simultaneamente todos os elementos do traço enquanto se carregam ao balão, inclusive a água. Isto simplifica o controle de cada elemento, reduzindo o desvio padrão da mistura. Além disso, o sistema pode armazenar até 15 traços diferentes com até 99 componentes ao mesmo tempo. Quando se completa a carga, o computador de bordo imprime automaticamente um ticket com todos os dados relevantes, que podem ser guardados em uma memória USB.

O Concrete-Mate é um administrador digital do traço, que executa com um software de gestão de nível de planta RMC, que aplica quatro células de carga no interior do balão da autoconcreteira para conseguir uma mescla de alta qualidade de acordo com as normas internacionais de concreto (UNI 206-1 - ASTM - ACI, etc.).

Uma vez armazenado o traço de concreto desejado, o software sugere a dose para cada elemento, a sequência de operação e o tempo necessário para cada etapa do processo, eliminando assim qualquer possível erro. As quatro células de carga atuam como sensores de peso diretamente onde se faz a dosagem e mistura.

O Concrete-Mate permite controlar a qualidade das operações individuais. O software emite ao final do processo um certificado com todos os dados analíticos do traço.

Além disso, a Carmix desenvolveu um sistema de monitoramento por meio de site (IPOTweb) e por meio de aplicativo (IPOTAPP) para um monitoramento preciso da produção, da qualidade do produto e de custos de funcionamento, o que ajuda os usuários a rastrear o retorno do investimento.

Preocupação com custos

Existen restrições orçamentárias em todos os processos de construção, especialmente na era do covid-19, em que os produtos básicos estão mais difíceis de conseguir, e em função disso, estão mais caros.

Com esta finalidade, a Liebherr introduziu a central de produção de concreto para baixos orçamentos, a LCM 1.0. O equipamento oferece uma montagem rápida e simples, com mínimo trabalho de instalação, e produz até 60 m3 por hora. Além disso, pode ser transportado em apenas dois contêineres.

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A Liebherr introduziu a central de concreto LCM 1.0 para orçamentos menores.

Encontram-se disponíveis vários silos de agregado com um volume de armazenamento de 40 a 100 m3. A central pode ser equipada com até três silos de cimento (100 toneladas cada).

Segundo a Liebherr, a empresa está reagindo à demanda do mercado. A demanda por centrais menores, otimizadas para o transporte e com orçamento administrável está em crescimento à medida que mais e mais empreiteiras querem produzir seus próprios concretos com centrais portáteis. A atenção, aqui, se concentra nos baixos custos de aquisição.

Além do uso estacionário, os subconjuntos pré-montados e as fundações de aço fazem com que a central Liebherr seja ideal para uso móvel, como por exemplo em obras de construção em terrenos alugados. É possível transportar a central de forma simples, afirma a empresa.

A operação se facilita ainda mais com o uso de um sistema de controle integrado a um computador portátil.

A transportabilidade e a modularidade são características buscadas em nome da flexibilidade. Com esse fim, a empreiteira russa Zentrodostroy decidiu investir em uma usina de mescla de asfalto transportável da Benninghoven.

“Com a TBA 4000, buscamos nos armar para enfrentar os desafios atuais e preparar o futuro ao mesmo tempo”, explica Nikolai Konstantinovich, diretor da usina de asfalto da Zentrodostroy. “Temos planos de longo prazo para nossa usina Benninghoven. Um argumento importante a favor do investimento foi a opção de modernizar os módulos em qualquer momento, para manter o ritmo de atualização do ativo”, afirma o executivo russo, ao descrever as vantagens do design modular da linha TBA.

Especificamente, a Zontrodostroy já tem seus olhos postos sobre a tecnologia de alimentação multivariável da Benninghoven. O sistema de alimentação a frio de RAP alcança taxas de material RAP de até 40%, o que faz da produção de asfalto em larga escala mais rentável e sustentável.

Em lugar de jogar fora o asfalto velho, o sistema de alimentação de RAP da Benninghoven o transforma em valiosa matéria prima. Primeiro, o material moído elimina por completo o custo de novos agregados, e segundo, porque se requer menos cimento asfáltico de petróleo para uma nova mistura na TNA 4000.

Segurança acima de tudo

Uma central segura é uma central produtiva. “Trabalhamos constantemente para que nossas centrais sejam mais seguras”, afirma Tesch, da Ammann. “Isto se refere à segurança laboral, mas também à segurança operacional. Hoje já cumprimos com os mais altos padrões internacionais”.

“O sistema de controle tem um papel importante, já que monitora o processo como um todo, incluídos os limites de emissão e acesso aos componentes críticos da central”, continua. “A Ammann dá grande importância à segurança e à ergonomia para o pessoal de manutenção, por exemplo mediante uma boa acessibilidade aos componentes da máquina, sistemas de encravamento, portas de serviço e manutenção de generosas dimensões etc”.

“A infraestrutura e o setor de construção de rodovias continuarão desempenhando um papel crucial na economia do futuro”, diz ele. “Somos cautelosamente otimistas quando aos acontecimentos dos próximos anos”, conclui.

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