Metso Outotec: Pavimentando um caminho de triunfo.

Sua criação se deu com a combinação da Metso Minerals e da Outotec em 30 de junho de 2020. Ostenta o 8º lugar na lista 2021 Global 100 das empresas mais sustentáveis ​​do mundo e está sempre em busca de inovações ao oferecer tecnologias e serviços que reduzem o consumo de energia e água por meio do aumento da eficiência dos processos, reciclagem e reprocessamento de rejeitos e resíduos. Brasil, faz parte da areacom aproximadamente 2 mil colaboradores e unodades também no Chile e no Peru.

“A fusão dessas duas empresas (Metso e Outotec) foi um marco para a mineração mundial”, diz Everson Cremonese. (Foto: Metso Outotec)

Everson Cremonese é o Diretor de Vendas da área de agregados na MetsoOutotec.

Engenheiro de produção e metalúrgia pela FEI, de São Bernardo do Campo, mestre em marketing e vendas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), participou do programa de liderança organizacional da IMD Business School, esteve na Metso entre os anos de 2004 a 2013, retornando ao final de 2018 para assumir a área de agregados da atual MetsoOutotec. Sob seu comando, a MetsoOutotec foi capaz de reforçar o posicionamento como líder em soluções para o mercado de agregados.

Em 2019, a empresa comemorou um século de operações no Brasil. Como anda o volume de vendas aqui no Brasil?

Esta data, foi importantíssima, reforçou nossa história no país mesmo com todas as adversidades que passamos durante estes 100 anos. Somente empresas comprometidas com valores éticos, com o ser humano e com o meio ambiente consegue alcançar esta importante marca. Tivemos a oportunidade de comemorar junto com nossos clientes, e receber deles a confirmação de que temos sido parceiros, independente de situações econômicas as vezes adversas. Mesmo em momentos de crises, sempre estivemos comprometidos com nossos clientes.

Em relação a atualidade, estamos para fechar o melhor ano de nossa história no Brasil, com crescimento expressivo nos dois principais segmentos que atuamos no país; Mineração e Agregados (construção civil). Nossa fábrica de Sorocaba deve bater recordes de fornecimento de equipamentos tanto para o mercado nacional quanto para exportação para diversos países, destacando-se EUA.

A união da Metso e da Outotec funcionou como previsto?

A operação brasileira da Metso comemorou 100 anos em 2019. (Foto: Metso Outotec)

A união destas duas empresas foi um marco para a mineração global. Toda união tem suas particularidades e obstáculos, mas esta em particular ocorreu no meio da pandemia, junto com todos os desafios do isolamento social e restrições que este momento ímpar nos impôs. Por se tratar de duas empresas Finlandesa, tínhamos valores e culturas similares o que ajudou bastante o processo. Esta interação ocorreu dentro dos prazos e objetivos esperados. Hoje passado mais de um ano do início desta operação conjunta, podemos dizer que os processos já estão unificados e consolidados, e já somos uma única empresa.

O objetivo desta união sempre foi poder ofertar aos clientes de mineração uma solução completa, desde a mina até o porto. Em grande parte dos nossos produtos, Metso e Outotec eram complementares e não concorrentes, o que nos ajudou muito a alcançar o objetivo de maior empresa de soluções para mineração.

Falando especificamente para agregados e construção civil, esta união teve pouco impacto quanto a tecnologias pois Outotec não atuava neste segmento.

A Metso está sempre em busca de incentivar o desenvolvimento de inovações tecnológicas. Pode-se dizer que indústria 4.0 e ferramentas baseadas em plataformas digitais são essenciais para a companhia?

Diria que a indústria 4.0 e ou digitalização como tem sido chamada, é vital para que nossos clientes sejam mais competitivos em redução de custos, melhoria da segurança dos seus colaboradores e preservação do meio ambiente. Praticamente todos nossos investimentos em pesquisa e desenvolvimento tem focado em tecnologias na indústria 4.0 e desenvolvimento sustentável, e temos sido reconhecidos por isso.

Apesar de valorizar a importância do caráter cibernético e suas variações, a MetsoOutotec também reverencia o fator humano de suas operações. Como vocês mantém os funcionários capacitados e atualizados?

30% das vendas de equipamentos da Metso Outotec são para a produção de finos usados ​​na remineralização e areia manufaturada. (Foto: Metso Outotec)

Todos os nossos colaboradores recebem treinamentos sistematicamente dos nossos produtos e serviços e também sobre gestão, segurança, sustentabilidade e outros assuntos relacionados ao mercado. Também procuramos fortalecer nossas lideranças, a fim de buscar e motivar os funcionários a se capacitar interna e externamente. Os treinamentos sobre nossas soluções estão disponíveis em um nossa plataforma de comunicação interna, são vídeos, apresentações, webinars que nossos especialistas compartilham conhecimentos de produtos, serviços e mercado. Assim mantemos a capacitação constante e atualizada. Apesar da limitação deste momento sempre buscamos intercambio de colaboradores com diferentes unidades das operações globais, este intercambio também é uma importante ferramenta para a capacitação dos nossos colaboradores.

No contexto atual, é ainda possível redução de custos operacionais nos produtores de areia e brita?

Estamos passando por um momento de alta inflação de insumos, mão de obra, difícil podemos considerar redução de custos nesse cenário. Porém, com a utilização de automação, podemos conseguir melhorar a performance eficiência e desperdícios das operações, reduzindo os impactos desta escalada de preços. Outra forma é com utilização de peças de alta performance. Toda nossa equipe de atendimento ao cliente tem sido capacitada para poder apoiar nossos clientes na busca destas melhorias.

Quais são as novas soluções e tendências para o segmento?

Sem dúvida caminhamos para operações cada vez mais automatizadas, até já falamos em operações autônomas. Sem nos esquecermos de um melhor aproveitamento energético no desenvolvimento de soluções

Há hoje uma alta valorização de tecnologias para a produção de insumos para o agronegócio. Como funciona isso na MetsoOutotec?

É um conceito muito simples, assim como os seres humanos precisam de vitaminas e minerais para seu desenvolvimento, o solo também precisa desses minerais para poder desenvolver as plantas. Há uma riqueza muito grande desses minerais em várias de nossas rochas. O processo de fabricação já é desenvolvido e similar a produção de agregados. A vasta disponibilidade de rochas com esta riqueza espalhada pelo brasil ajuda também em um custo de logística muito baixo. Porém, é necessário que um especialista em solo faça a avaliação se aquela Rocha atende as necessidades do solo ou se precisa de alguma adição de elementos. Cada vez mais enfrentamos aumentos de custos de fertilizante e até a escassez devido dificuldades na importação e acreditamos que a remineralização veio para somar as possibilidades dos agricultores.

Havia uma expectativa de que a produção de areia industrial ou manufaturada crescesse no país. Isso aconteceu?

A preocupação com meio ambiente, maior fiscalização associado com altos custos de transporte, principalmente relacionado com maior controle no peso dos caminhões dificultou o comercio de areia natural, transportada muitas vezes de jazidas afastadas dos centros consumidores. Com a demanda por areia em crescimento, a areia manufaturada tem tomado seu espaço. Desenvolvimento de novos equipamentos que produzem areia com excelente qualidade, também tem ajudado nesta migração. Atualmente 30% das vendas de nossos equipamentos já são para a produção de finos utilizados na remineralização e areia manufaturada.

Na Bauma 2019 a empresa apresentou a peneira móvel compacta, Lokotrack ST2.3. A próxima edição acontece em 2022. Haverá algum lançamento?

Teremos diversos lançamentos, principalmente em equipamentos móveis. Nosso foco agora tem sido desenvolver novos equipamentos ou a reengenharia dos equipamentos existentes buscando operações mais econômicas, seguras e sustentáveis.

Expectativas para 2022 em diante...

O Brasil tem muito a se desenvolver em infraestrutura. Ainda temos um sistema logístico interno precário que nos torna um país ineficiente e caro. Positivamente, temos visto nos últimos anos, muitos projetos que estavam parados há décadas, “saindo do papel” e se tornando realidade. Todo este investimento previsto para os próximos anos em portos, aeroportos, rodovias e ferrovias devem deixar a indústria de agregados e construção aquecida. No momento temos como preocupação e possível impedimento para investimentos o aumento desenfreado de matérias primes e consequente aumento das taxas de juros. Superados estes problemas, teremos anos excelentes a nossa frente.