Demolição e Reciclagem: Descarte correto

Conjunto móvil de trituración y clasificación, Lokotrack LT1213S. Conjunto móvel de britagem e classificação, Lokotrack LT1213S.

Os números impressionam: a Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (Abrecon) estima que cerca de apenas 21% dos resíduos de demolição estejam sendo reciclados, e que 98% deles poderiam passar por esse processo.

Mais alarmante ainda é que, de acordo com uma avaliação da instituição, com os resíduos da construção civil que são gerados em um dia, seria possível construir 2.314 Maracanãs.

O Relatório Setorial 2020 da entidade revelou que a maior parte dos Resíduos da Construção e Demolição (RCD) ainda são destinados de forma incorreta em aterros clandestinos, aterros sanitários e pontos viciados.

Para a Abrecon, mudanças seriam possíveis com gestão eficaz do sistema de resíduos da construção, substituindo matérias primas por itens sustentáveis e ecológicos, como o agregado reciclado que pode substituir o agregado natural oriundo da pedreira ou do porto de areia.

Nomenclaturas: o Resíduo da Construção e Demolição (RCD) ou Resíduo da Construção Civil (RCC) é todo resíduo gerado no processo construtivo, de reforma, escavação ou demolição.

Fato: a construção civil é uma das indústrias que mais consomem os recursos do planeta e é também uma das maiores geradoras de resíduos. A preocupação com questões ambientais e o consumo dos recursos naturais, são cada vez mais imediatas e afligentes.

Mudando Paradigmas

Mesa de clasificación en la planta de reciclaje de SBR en Jundiaí – SP. Credit: Foto: Abrecon Mesa de triagem na usina de reciclagem da SBR em Jundiaí – SP. (Foto: Abrecon)

Fica a pergunta: como construir com o mínimo impacto ambiental possível, responder às exigências sociais e práticas sustentáveis de projeto e ainda contribuir para uma melhor gestão económica?

Podemos de maneira vigorosa, considerar esse, o grande desafio com que se depara o ramo da construção e todos os seus intervenientes.

O tema ainda guarda incertezas e confusões: para além da constante confusão existente sobre o significado de construção sustentável, a qual se relaciona, na maior parte das vezes, apenas com a redução do consumo de energia ou água.

Para alcançar a sustentabilidade, fundamenta-se boas práticas orientadas por indicadores e metas de desempenho, capazes de avaliar e estarem harmonizadas com os três grandes pilares do Desenvolvimento Sustentável: ambiente, sociedade e economia.

Ciente disso, empresas buscam uma nova postura frente a esses problemas e aqui no Brasil, diversos estudos se desenvolvem buscando quantificar o volume de resíduo de construção e demolição (RCD) produzido diariamente nas grandes cidades.

A Metso Outotec (leia a entrevista exclusiva nas páginas seguintes) é fabricante de equipamentos que podem ser aplicados no processamento de resíduos de construção e demolição com a finalidade de produzir agregado reciclado, dentre eles temos britadores de mandíbula, britadores de impacto, britadores cônicos e peneiras para classificação, todos disponíveis como equipamentos isolados para compor uma planta fixa ou semi-móvel, e também em versões completamente móveis.

Davi Zumpano, Sales Engineer da Metso, explica: “A tendência é caminhar para um melhor reaproveitamento do material reciclado. É um processo que vem lentamente acontecendo decorrente da pressão da sociedade e órgãos ambientais na criação de soluções mais sustentáveis, e da crescente conscientização ambiental no processo de descarte de resíduos.”

Ele destaca ainda como om a questão da sustentabilidade tão em voga, grandes mudanças já são observadas: “Com a melhoria nos processos de fabricação e novas tecnologias, as usinas de reciclagem são capazes de processar uma maior quantidade de materiais com mais eficiência e menos impacto ambiental, por exemplo pode-se utilizar de um equipamento móvel dentro do site de demolição para produzir agregado reciclado a partir dos resíduos da demolição, otimizando o processo com menos impacto ambiental e menos emissões de CO2 que teríamos no deslocamento do resíduo até uma usina de reciclagem.”, acrescenta.

Em alguns casos, por exemplo, já na etapa de projeto viabiliza-se estratégias para facilitar e promover a recuperação de elementos e componentes da construção após a vida útil da construção.

Solo en los primeros seis meses de 2021, el sistema de reciclaje de RCC de Jundai permitió que las arcas públicas ahorraran unos US$500.000. Somente nos primeiros seis meses de 2021, o sistema de reciclagem RCC da Jundai economizou aos cofres públicos cerca de US$ 500.000.

Classificação

A indústria como um todo, se vê bastante ciente de que o reaproveitamento e conversão de materiais é o caminho a se tomar e reciclar resíduos de construção civil e demolição não só reduz a retirada de matérias primas da natureza, que seriam usadas para a produção de novos produtos.

Empresas atentas a isso contam com várias benesses como: a simpatia dos clientes; melhor reputação no mercado; geração de receitas; e diminuição da poluição.

Salienta-se que o lixo compreende não apenas materiais de grande escala, como concreto, vigas metálicas, materiais de isolamento e madeira, mas também as porcas e parafusos menores de um edifício.

Edifício esse, hipoteticamente, que precisaria de um novo olhar e perspectiva se quiséssemos incutir a insurgência da atenção: descobrir como transformar seus restos e materiais e dar-lhes uma nova utilidade, ou por que não, vida. Ou seja, diminuir o número de materiais obsoletos que são acumulados nessa construção focando em reaproveitamento.

Todo el material recolectado a través de baldes u otros medios es llevado al Geresol, ubicado en un Distrito Industrial. Todo o material coletado por meio de caçambas ou outros meios é levado para a Geresol, localizada em um Distrito Industrial.

Aprimorar o planejamento das atividades de demolição colabora com a limpeza e saúde pública e ainda gera empregos.

Os procedimentos necessários para gestão de resíduos da construção civil foram estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 307/2002. De acordo com a resolução existem quatro diferentes classes possíveis de classificação do resíduo. São elas:

Classe A: resíduos recicláveis e passíveis de reutilização tais como: tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, argamassa e concreto;

Classe B: resíduos recicláveis formados por plásticos, papéis, metais, vidros e madeiras em geral, incluindo gesso;

Classe C: resíduos que não são passiveis de reciclagem ou recuperação por não possuir tecnologia desenvolvida para isso;

Classe D: resíduos perigosos, tais como: tintas, solventes, óleos, amianto, produtos de demolições, reformas e reparos em clínicas radiológicas, instalações industriais e outras.

Uma cidade que chama a atenção pela maneira como encara o desafio de descarte correto é Jundiaí (SP). Município ficou conhecido por reciclar 100% dos resíduos da construção civil e reaproveita em obras públicas.

Desde 2013, Jundiaí recicla 100% do resíduo produzido em obras feitas na cidade – cerca de 20 mil toneladas por mês.

Se considerado que todos os anos o Brasil descarta 100 milhões de toneladas de resíduos da construção civil, entende-se a razão da política adotada pela cidade se destacar.

Centro de Gestão

Tecnologia é a palavra-chave. O programa de gestão de resíduos acompanha – por georreferenciamento – os resíduos desde a sua geração até a reciclagem, que é feita no Centro de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (Geresol) do município.

A prefeitura informou que tudo está atrelado ao gerador do resíduo: ou seja, à medida que há necessidade, vai ao transportador e faz a solicitação. Isso gera um número personalizado.

Conhece-se entoa o gerador e onde a caçamba está situada geograficamente. No momento em que está cheia, os resíduos são levados ao Geresol e é dada a baixa no processo. Neste momento, o gerador recebe uma mensagem por e-mail fechando o ciclo.

El equipo Superior Sentry maneja grandes cantidades de escombros. A equipe do Sentinela Superior lida com grandes quantidades de detritos.

As empresas autorizadas a fazer o transporte de entulho de construção são cadastradas na prefeitura, monitoradas por GPS e identificadas com selos, o que permite esse acompanhamento e facilita as ações de fiscalização.

E o que acontece com esse entulho? Se transforma em obras para a própria cidade em forma de seis subprodutos: pedra 1, pedra 3, pedrisco, brita corrida, areia e pó de pedra.

Tudo utilizado para cobertura de estradas não pavimentadas. Outra parte é reutilizada na produção de concreto, utilizado em obras públicas. A brita, por exemplo, é utilizada para a construção de calçadas, pavimentação de ruas, tubulações para saneamento básico e revitalização de espaços públicos.

Em resumo...

Em suma, o que acontece é que: Jundiaí possui hoje um sistema de reciclagem do chamado RCC (resíduo da construção civil). Todo material coletado por meio de caçambas ou outros meios é levado para um espaço chamado Geresol (Gerenciamento de Resíduos Sólidos), localizado em um Distrito Industrial. Esse material passa por um processo de triagem e reaproveitamento, produzindo diferentes tipos de pedra e areia que são reaproveitados pela própria gestão municipal em obras públicas, como a execução de asfaltamento e a construção de praças, por exemplo.

Muito relevante o fato de que o reaproveitamento do RCC foi fundamental para a pavimentação de diferentes vias na cidade, incluindo em regiões rurais.

De janeiro a novembro de 2021, o Geresol recebeu 237 toneladas de RCC, o que possibilitou a geração de 104 toneladas de pedras e areia para reuso.

A média mensal de RCC recebido é de 21 toneladas. A média mensal de pedras e areia produzida é de 9,5 toneladas.

Apenas nos primeiros seis meses de 2021, o sistema de reciclagem do RCC possibilitou a economia de R$ 2,8 milhões aos cofres públicos. Os valores correspondem ao que seria gasto para a compra de material da construção civil para diferentes obras feitas na cidade, como na aplicação do asfalto ecológico em ruas, avenidas e estradas e na construção de praças.

Ao longo de 2020, também foi possível uma economia robusta: com o reuso do RCC, foi possível deixar de desembolsar nada menos que R$ 7,3 milhões em 12 meses. Os dados são da Unidade de Gestão de Infraestrutura e Serviços Públicos.

“Nossa gestão está voltada a ações de sustentabilidade. Nosso município está alinhado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da Agenda 2030 da ONU, com a intenção de implantar ações que visam combater a crise climática. No caso da reciclagem do RCC, estamos falando também de economia do dinheiro público, o que confirma algo que sempre perseguimos: uma gestão inteligente, moderna, alinhada com o melhor uso possível de seus recursos. Não por acaso, em 2021 Jundiaí foi eleita, pela 1ª Edição do Índice de Retorno do Tributo Municipal (IRTM), a cidade que mais dá retorno em termos de serviços para sua população, a partir dos impostos pagos. Isso está relacionado com nosso modelo de gestão e governança.”, afirma o prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado.

Escassez de equipamentos

Roland Duer, gerente de desenvolvimento de negócios na América Latina para Superior Industries, acredita que não há como retroceder no que tange os parâmetros necessários.

“Projetamos que os ventos contrários que experimentamos em 2021 continuarão a soprar fortes em 2022. Eles são familiares para a maioria de nós agora: custos de fornecimento, escassez de mão de obra e atrasos logísticos. No entanto, seremos criativos na forma como lidamos com esses desafios e continuar trabalhando o mais próximo possível com nossos clientes em toda a América Latina. Até agora, as vendas dos produtos de britagem e peneiramento da Superior são muito fortes e nossas fábricas nos Estados Unidos estão enfrentando atrasos recordes. Estamos olhando para o futuro mais do que nunca. nossos níveis de aquisição correspondem aos nossos cronogramas de produção.”

O Britador de Impacto de Eixo Horizontal (HSI) Sentry da Superior foi projetado com uma espaçosa câmara interna para processar as maiores alimentações possíveis e melhorar o acesso para manutenção dentro do britador. Recursos adicionais de fácil manutenção incluem: tampa hidráulica aberta e fechada, portas de inspeção da estrutura principal e revestimentos laterais de formato universal que os proprietários podem misturar e combinar com outros dentro do britador para prolongar a vida útil do revestimento. São 15 modelos de Sentry HSI da Superior, que aceitam matéria-prima de até 1.000mm e produzem até 900 toneladas por hora.

Resource Rows

En Copenhague existe el proyecto Resource Rows. Se trata de un conjunto habitacional construido con materiales reciclados de la región. Em Copenhague existe o projeto Resource Rows. É um conjunto habitacional construído com materiais reciclados da região.

De acordo com o site Arch Daily, em Copenhague, há o projeto Resource Rows. Este é um complexo habitacional construído com materiais reciclados da região. Mais notavelmente, a fachada apresenta um padrão único de tijolos em diferentes direções que faz homenagem à identidade e à história das cervejarias Carlsberg, bem como, das antigas escolas e casas abandonadas, das quais os materiais foram recuperados.

Como não é mais possível reciclar os tijolos individualmente, devido à resistência da argamassa, os tijolos do projeto Resource Rows foram divididos em módulos, processados e aplicados de forma a criar uma nova fachada. Essa técnica reduziu as emissões gerais de CO2 da fase de construção.

A construção é prova clara de que entulho de demolição pode sim ser um mundo de possibilidades. É desenvolvimento sustentável, é oportunidade de trabalho e de negócio, é preservação ambiental, é necessidade atendida e reprogramada.

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