Construção rodoviária: ano de novidades

14 January 2020

Volvo

Sistemas de assistência à operação são uma marca que a Volvo CE inclui em seus equipamentos, como o Pave Assist

Começa um novo ano, e há que sermos otimistas. É uma nova oportunidade para que, com novos orçamentos e velhas necessidades, os governos e empresas da América Latina coordenem seus esforços técnicos, econômicos e gerenciais para fazer progresso em uma das principais falhas logísticas da região: suas estradas.

Ano após ano, esta continua sendo uma região do mundo marcada pelo baixo nível de investimento em construção e manutenção rodoviária, o que se expressa em um porcentual de vias pavimentadas ainda abaixo do mínimo necessário para ser um lugar com logística competitiva e qualidade de trânsito para pessoas e mercadorias.

Mas não há que se desanimar, entre outras razões porque a necessidade é a melhor pressão que se façam coisas. A necessidade de mais e melhores rodovias é generalizada. Além disso, os stakeholders do mercado rodoviário são grandes e fortes. A América Latina tem um poderoso setor de transporte, que é, por exemplo, responsável por levar a produção de bens primários aos portos em praticamente todos os países. Estas são empresas a quem lhes interessa muito particularmente o desenvolvimento rodoviário.

De tal forma que, mesmo numa posição de menor pressão, os provedores de maquinário para estradas se incorporam a este panorama de mercado que, em última análise, pressiona por mais obras de infraestrutura viária e rodoviária.

Romanelli

A tecnologia E-FLOW da Romanelli faz com que uma usina de micropavimentação trabalhe com inteligência artificial

Prognósticos

Executivos de alguns dos principais provedores de equipamentos, entrevistados pela CLA, deram seus prognósticos para o panorama de obras rodoviárias na América Latina este ano.

Gilson Capato, diretor comercial da Volvo Construction Equipment no Brasil, afirmou que “o Brasil e os demais países latino-americanos são um enorme mercado para infraestrutura em geral, mas particularmente para a construção de rodovias. Em todos os países há muito o que fazer, em alguns mais, em outros menos. Mas estas são obras que demandam investimentos públicos e privados, por seu grande volume de recursos financeiros. Definitivamente, a tendência é a de um mercado em crescimento, dado que a demanda é muito reprimida”.

Wirtgen

A fresadora W150F é uma das muitas novidades do Grupo Wirtgen em 2020

Por sua vez, Lucia Bernardi, gerente de comércio exterior da brasileira Romanelli, diz que “com exceção do Paraguai, que tem seu mercado bastante ativo, a América Latina está em compasso de espera devido aos problemas políticos. Argentina e Uruguai estão praticamente parados, Chile e Bolívia enfrentam graves problemas políticos, assim como o Peru. As perspectivas apontam para melhores momentos em 2020, quando finalmente se poderá realizar obras que estão paralisadas há meses”.

Para Jandrei Goldschmidt, gerente de marketing da fabricante de equipamentos rodoviários Ciber, do Grupo Wirtgen, a situação é marcada pela instabilidade. “A América Latina oscila ultimamente entre anos bons e ruins, devido às instabilidades econômicas e políticas nos principais países da região. Brasil e México, que são as duas grandes potências, continuam engatinhando com suas demandas reduzidas por infraestrutura rodoviária. Há muitos projetos em planejamento, mas a escassez de recursos e de investidores, a falta de segurança para que venham investimentos estrangeiros, tudo isso faz com que se atrase o momento de executar os trabalhos”, analisa.

E continua, afirmando que “regiões como a América Central e Caribe continuam em um ritmo acelerado de crescimento e investimentos em infraestrutura. O Paraguai também despertou e se coloca como um dos grandes demandantes de equipamentos, dado o bom volume de obras no país. Mas países como Argentina Colômbia, Chile, Peru e Bolívia ainda levarão tempo até que os novos governos estruturem soluções para os conflitos políticos, econômicos e sociais que hoje em dia estão em sua agenda”.

Apesar disso, todos eles continuam trabalhando na criação, desenvolvimento e promoção comercial de suas tecnologias para o mercado de obras viárias.

Lançamentos

A Romanelli incrementou a aplicação de sua tecnologia E-FLOW, que está presente em vários de seus modelos e trabalha como uma inteligência artificial que ajuda a controlar os fluxos de material dentro dos equipamentos. O coração do sistema é o processador IHM que a Romanelli incorporou no computador de seus equipamentos.

Vogele

Sua dimensão compacta torna a nova vibroacabadora Vögele S800 especial para obras em espaços estreitos

“Todos os equipamentos têm melhor produtividade com o E-FLOW. Basta informar ao IHM os dados de quantidade de material a se aplicar, e o sistema E-FLOW corrige em milissegundos todos os demais sistemas da máquina, adequando o fluxo à velocidade do caminhão”, diz Lucia Bernardi.

O sistema é aplicado, por exemplo, em usinas móveis de micropavimento, das quais a Romanelli é um fabricante de referência. “Esta tecnologia evita o desperdício de material ligante, assegurando que a taxa de aplicação informada ao sistema será idêntica à que será aplicada pelo equipamento”, comenta a executiva.

Por parte da Volvo CE, a pavimentação é toda uma tradição. Seu último lançamento para a América Latina neste segmento foi a vibroacabadora P4820D, máquina que faz parte da série ABG da Volvo e tem largura mínima e máxima de pavimentação variando entre 2,5 e 6,5 metros.

Um ponto a se destacar neste modelo são suas tecnologias embarcadas. A P4820D ABG tem a terceira geração do sistema EPM (sigla de Electronic Pavement Management), que funciona ajustando imediatamente e durante a operação detalhes que podem afetar a pavimentação asfáltica, tais como o nivelamento da barra tamper, a tração das esteiras ou a velocidade do conjunto.

Outra característica que torna este modelo um produto altamente tecnológico é o sistema Co-Pilot. Trata-se de um dos vários apoios digitais ao operador que a Volvo CE vem incorporando a seus equipamentos nos últimos anos. Sua interface é um tablet que fica com o operador, e lhe provê informações provenientes dos softwares de assistência inteligente à operação.

No caso da vibroacabadora, o assistente é o Pave Assist, que automatiza os parâmetros da operação de pavimentação, combinando dados termológicos, de materialidade, climáticos e outros, integrando tudo para padronizar a operação em um alto nível de qualidade.

Multiprodutos

O Grupo Wirtgen, depois de sua incorporação pela John Deere, dá sinais de ter renovado sua aposta na América Latina. Ao menos é o que se depreende da grande lista de novidades que a empresa apresenta ao mercado regional este ano.

A primeira nova máquina da empresa a ganhar os ares latinos é a fresadora a frio W150F, que tem descarga frontal com desempenho melhorado para obras em espaços estreitos. “O pouco peso da máquina e a unidade de fresagem em posição central garantem uma ideal distribuição do peso. Para otimizar o processo de carga frontal do material, o amplo ângulo de rotação e a velocidade do transportador podem ser ajustados de maneira flexível”, diz Jandrei Goldschmidt.

Outro novo produto do grupo alemão na América Latina é a série HD Compact Line dos rolos compactadores tandem HAMM. Entre várias outras características, os rolos desta série têm direção hidrostática, acesso por ambos os lados, plataforma do operador isolada da vibração, comutação de vibração dianteira e traseira individual ou dupla. Mas o que a Wirtgen destaca desta série de rolos é sua dimensão compacta, o que os põe no mercado de obras em ambientes urbanos.

Finalmente, completando a sequência de novidades para o mercado regional, a Wirtgen traz a vibroacabadora Vögele S800 (ou Super 800). “Trata-se de um equipamento também compacto que pode operar em uma variedade de aplicações, seja em estradas vicinais estreitas, perto de muros e meio-fio, entre edifícios ou ferrovias, é aí onde a Super 800 mostra sua capacidade”, afirma Jandrei.

O conjunto de suas prestações e o tamanho compacto, de acordo com a empresa, a tornam ideal para obras em pequenas cidades, onde muitas vezes o serviço de pavimentação é frequente, mas de menor tamanho.

Suas larguras de pavimentação máxima e mínima variam entre 0,5 e 3,5 metros; seu silo de alimentação é assimétrico, possibilitando diferentes maneiras de fornecer o asfalto; seu motor diesel funciona em modo ECO e tem potência de 54 kW (72,42 HP); mesa extensível AB 220 TV com tamper e pré-compactação.

Da parte da Ciber, a subsidiária brasileira que atua no mercado regional com usinas de asfalto, a novidade da marca alemã é a série iNOVA, que há alguns anos foi apresentada, mas agora já responde pela totalidade de sua oferta.

Dynapac renova seu sistema de telemática

DYna1

Digitalização e controle total da operação também é tendência entre máquinas rodoviárias.

 

A fabricante de equipamentos rodoviários Dynapac, que agora é parte do Grupo Fayat, está promovendo a atualização de seu sistema de telemática para rolos compactadores e vibroacabadoras, conhecido como Dyn@Link.

O sistema Dyn@Link permite gerir uma frota de rolos compactadores e pavimentadoras à distância, acompanhando sua localização e outros parâmetros operacionais.

Entre outras funções, o sistema da Dynapac permite delimitar uma região geográfica específica para monitoramento, emitindo alertas no caso de quem uma máquina controlada pelo sistema saia de uma área pré-determinada, através da função GeoFence. Por sua vez, a função Remote Lock permite restringir o acesso às funcionalidades de um equipamento por meio da entrada de uma senha.

O Dyn@Link também permite que os usuários configurem vários tipos de informes automáticos diários, semanais ou mensais, com informações sobre a gestão da operação e da frota, tais como consumo de combustível, temperatura do motor, deslocamento do equipamento, tempo de atividade e possíveis falhas ou demandas de manutenção. Registra-se tudo no histórico do sistema, para consultas e análises futuras.

Entre os rolos compactadores da Dynapac equipados com esta tecnologia, estão os modelos CP 1200, CP 2100 e CP 2700; além do CT 3000 e do tandem CC 4200.

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