A força do mercado de máquinas

14 January 2020

O mercado de equipamentos para construção encerra 2019 com uma notícia positiva. O Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção projeta um crescimento robusto para o segmento, bem acima do esperado em projeções realizadas no último trimestre de 2018, com alta de 37%, com 26,4 mil unidades comercializadas contra 19,3 mil unidades no ano anterior. Isso significa que o setor terá um aumento nas vendas pelo segundo ano consecutivo, após registrar quatro quedas seguidas, de 2014 a 2017.

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Eurimilson Daniel

Esse resultado positivo decorre, principalmente, de uma maior pulverização do uso dessas máquinas em outros segmentos, além da construção. Na “época de ouro”, entre 2010-2013, quando o mercado vendia mais de 70 mil equipamentos em um ano - sendo o pico, em 2011, com 83,5 mil unidades comercializadas -, a área de infraestrutura era predominante, uma vez que havia muitas obras sendo realizadas em nível nacional. 

No cenário atual, o agronegócio e a construção imobiliária vêm ganhando importância para os fabricantes, possibilitando que os equipamentos sejam utilizados com maior frequência nesses dois segmentos e contribuindo para a sustentação do mercado. Em 2019, a estimativa de crescimento da linha amarela (máquinas de movimentação de terra) é de 31% ante 2018, totalizando 16,6 mil unidades vendidas contra 12,7 mil unidades comercializadas no ano anterior. 

Essa retomada robusta vem um momento importante para o segmento, que precisou se reestruturar para sobreviver à forte crise econômica que assolou o país, com ajustes na produção, na administração e nos negócios. Esses percentuais positivos enfatizam que as ações estratégicas realizadas pelas empresas foram acertadas e que a demanda está aumentando e deverá continuar nesse caminho para os próximos anos. 

Para 2020, a estimativa do Estudo de Mercado da Sobratema é de elevação na comercialização de máquinas para construção na ordem de 13%. Além da continuidade nas vendas para a agropecuária, cuja projeção do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) é de crescimento de mais de 3% no ano que vem, há ainda a perspectiva de que haja um número maior de novas obras do Programa de Parcerias do Investimento (PPI). Em 2019, o PPI leiloou 35 ativos para a iniciativa privada de R$ 442 bilhões de investimentos. Em novembro, o Governo Federal ainda qualificou novos projetos de infraestrutura para o programa na área de portos e de rodovias. 

Uma questão fundamental para que haja uma continuidade no ritmo do crescimento é a transformação pela qual o mercado passou nos últimos anos. O advento da tecnologia, que possibilita um maior número de informações e dados sobre os equipamentos, bem como as questões ligadas à disponibilidade, agilidade e produtividade, estão revolucionando a relação de compra e venda de máquinas. O comprador está mais exigente, buscando o menor risco, o que resultará em maior empenho para os fabricantes e distribuidores. 

No entanto, o setor está preparado. A indústria é forte, com tecnologia, inovação e capacidade operacional para atender novas demandas, os agentes construtores são consolidados, o mercado de locação de máquinas é robusto e o setor financeiro possui programas de financiamento importantes. Faltam apenas um melhor ambiente de negócios e mais segurança jurídica. Mesmo assim, nós tivemos força para superar a crise e, certamente, teremos muito mais força para produzir. 

*Eurimilson Daniel é vice-presidente da Sobratema.

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