2024, ano do BIM no Brasil

Esse ano entra em vigor no país a lei de licitação 14.133, que determina uso da metodologia em obras e serviços de engenharia e arquitetura públicos.

Em 2024, deve se consolidar no Brasil um movimento muito aguardado pelo setor de construção civil: a implementação da lei de licitação 14.133.

Ela determina que as licitações de obras e serviços de engenharia e arquitetura públicos, em todas as esferas, passam a ter que ser preferencialmente em BIM.

Diretor de Portfólio na AltoQi, Rodrigo Koerich / Foto: Ricardo Godoy

A metodologia permite o planejamento e a coordenação de informações relacionadas a todo o ciclo de uma obra dentro da etapa de construção virtual, e deve ajudar a reduzir o tempo de obras públicas e evitar gastos extras. De acordo com especialistas no setor, a ação é repleta de benefícios, mas exigirá esforços por parte dos profissionais da área para que seu potencial total seja alcançado.

Quem tem acompanhado de perto essa movimentação é a AltoQi, empresa de softwares para a construção civil. Em 2023, o Panorama Nacional de Precificação, realizado pela companhia, mostrou que o comportamento dos profissionais segue a tendência esperada para o momento: segundo a pesquisa, o número de profissionais que afirmam trabalhar com a metodologia em 2023 está em 61,7%, frente a 40,18% em 2019. Para o Diretor de Portfólio na AltoQi, Rodrigo Koerich, a adoção do BIM não representa apenas uma mudança no uso de softwares, mas uma total transformação digital no setor.

“Com o BIM, é possível agregar informações dentro da etapa de construção virtual. Quando construímos utilizando a metodologia BIM, temos mais gestão sobre os custos e prazos, além de mais qualidade na solução. Nas obras públicas há menor chance de aditivos de contrato, pois os problemas são resolvidos antes da construção. O ganho de eficiência é geral e as expectativas para seu uso são altas”, explica o especialista, que atua também como presidente do BIM Fórum Brasil.

Segundo Koerich, essa compreensão de que o trabalho em BIM é essencialmente colaborativo é uma das principais mudanças a serem realizadas. “Aqui, vale destacar que não estamos falando somente das áreas técnicas de Arquitetura e Engenharia, mas também de um envolvimento amplo de áreas como compras e jurídico, para que se tenha o máximo da adoção da metodologia no âmbito da boa gestão pública”, complementa.

Outro benefício promovido pelo uso da metodologia é a diminuição de problemas como retrabalhos, desperdício de dinheiro e de recursos e atrasos nas entregas. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), há quase 9 mil obras paradas ou que caminham lentamente no Brasil, sendo que quase metade é da área da educação. Outro relatório, da PlanGrid e do FMI, indica que 52% dos retrabalhos na construção acontecem por falta de informações nos projetos.

“Nos últimos anos, a tecnologia tem resolvido problemas históricos em todas as áreas de nossas vidas, desde saúde, até educação, saneamento e transportes. A construção civil não está de fora. A vigência da Lei N° 14.133/2021 é um primeiro passo de uma série de adaptações que deverão ser feitas nos próximos anos para melhorarmos o desempenho de toda a cadeia de agentes envolvidos na construção civil”, finaliza Koerich.

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