16º Tendências no Mercado da Construção debate as inovações, incrementos e novos desenhos da cadeia produtiva

É preciso incluir a cadeia de fornecedores, parceiros e sócios nas análises dos parâmetros ESG.

Muitos afirmam que este é um caminho sem volta e tal afirmação se justifica. Isso porque nem sempre é fácil diferir uma mudança momentânea de uma perdurável, mas no tange o viés sustentável, não há o que discutir.

O termo ESG (acrônimo do inglês Environmental, Social and Corporate Governance) é um tema que está cada vez mais em pauta nas discussões corporativas, e com grande força e apelo ao longo dos anos.

Se trouxermos para o português, podemos falar de investimentos ASG, sigla para as palavras Ambiental, Social e Governança.

Indubitavelmente, o futuro do planeta e da humanidade dependem das escolhas e ações feitas hoje. Não há como fugir de uma atuação mais sustentável e competitiva.

Foram 4 horas de conversa e o assunto foi um dos pontos discutidos entre diversos nomes do segmento.

Cuidado com os nossos ecossistemas e uma visão avançada de negócio

O ESG se consolidou e impõe desafios às empresas, que passam por um processo evolutivo adquirindo e sendo observadas com mais atenção tanto pelos consumidores, quanto pelos investidores. Essas empresas, se ainda não estabeleceram essas variações, como governança para o sucesso das ações ESG precisam reunir indicadores e mostrar o quanto a companhia está evoluindo em cada um dos pilares contidos.

O modelo de negócios também deve ser afetado, assim como o portfólio de produtos, que pode ser ampliado o modificado e a mudança tecnológica não deve ser vista apenas como uma facilidade, uma vez que ela gera novas complexidades, que exigem aprendizado e pessoas tecnicamente ainda mais preparadas e com outras competências. 

Pilares ESG:

AMBIENTAL

  • Mudanças Climáticas
  • Ecoeficiência
  • Educação
  • Impacto e Gestão

SOCIAL

  • Direitos Humanos
  • Diversidade e Inclusão
  • Relações de Trabalho
  • Desenvolvimento Humano
  • Cadeia de Suprimentos
  • Relações de Consumo
  • Desenvolvimento Local

GOVERNANÇA

  • Visão e Estratégia
  • Compromissos
  • Governança Organizacional
  • Operação e Gestão

Junto dos comentaristas Wagner Barbosa, Mario Aníbal Miranda, Eurimilson Daniel e Silvimar Reis, esses vice-presidentes da Sobratema, diversos executivos líderes fizeram participações e deixaram depoimentos com avaliações acerca dos temas abordados em cada palestra.

Mario Aníbal Miranda, afirma: “Lean Manufacturing (sistema de produção desenvolvido pela Toyota, no Japão, em 1950 que se baseia na redução de desperdícios), trabalha também a consciência do consumidor, para que as empresas se engajem, e possam cobrar um posicionamento. Quem está comprando entende e é um agente de mudança nos fabricantes e se transforma a mentalidade. As próximas gerações já verão o ESG como algo natural e necessário.”

O mercado de máquinas para construção vivencia uma fase inédita, na visão de Yoshio Kawakami, consultor da Raiz Consultoria.

Numa definição simples, é trabalhar para gerar impacto social ou ambiental positivo.

Yoshio Kawakami, consultor da Raiz Consultoria e falou sobre o tema ‘Os Impactos das Mudanças Tecnológicas na Cadeia de Equipamentos de Construção’, avaliou os avanços e caminhos tomados pela indústria. “Vivemos uma fase inédita, uma vez que o setor costuma ser tradicionalista com poucas novidades pasmosas. Pela primeira vez na sua história veremos uma transformação digital que se espalha em todos os aspectos, e a motorização dos equipamentos aponta isso. Já em alguns setores, o uso da eletricidade como força motriz não é singularidade, no entanto, para outras aplicações isso será uma grande novidade. Em alguns anos, todo o mercado será movido por essa nova energia.”

Seletividade sobre o consumo

Mudará também o modelo de negócio, de relacionamentos, o portfólio e a relação entre essas empresas e fabricantes que terão a partir de então um novo contorno. “Simultaneamente”, complementa ele, uma vez que a conectividade chega nas máquinas e a combustão para eletricidade se mostra também evolutiva.

De acordo com Afonso Mamede, presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), os critérios ESG, embora sejam de adesão voluntária, começam a ser cobrados por bancos, investidores, clientes privados e públicos, comércio internacional, sociedade e consumidores. “A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 26) mostrou ao mundo que as mudanças são necessárias e urgentes”, disse.

No entanto, os planos de ESG das corporações precisam estar alinhados à estratégia de negócio.

Para Renata Faber, Head de ESG na Revista Exame e analista de ESG na BTG Pactual, as companhias têm que fazer uma boa gestão do ESG, mas alguns aspectos são mais importantes dependendo do setor ou da empresa.

Renata Faber, Head de ESG na Revista Exame e analista de ESG na BTG Pactual, sobre os ‘Impactos e Perspectivas do Conceito ESG nas Corporações, na Sociedade e na Economia,’ sustenta que realmente impactante, é fundamental mensurar os resultados e a sustentabilidade de cada uma das iniciativas.

“Há anos os atores ESG são objeto de estudo e, de uma forma ou de outra, estavam incorporados no processo decisório de investidores institucionais. Essa até então, obrigação, evoluiu para uma demanda da sociedade e, consequentemente, dos investidores, gerando um potencial aumento no interesse em empresas que adotam uma cultura sustentável e alteração na estratégia organizacional das empresas.”, reitera.

A União Europeia está indiscutivelmente à frente das demais organizações e países, e foi capaz de regulamentar e padronizar informações atreladas à prática.

A rapidez de adaptação à essas inovações também chamam atenção, uma vez que a demanda por esse retorno será cobrada. Os investimentos são altos, o caráter financeiro estabelecerá pressão sobre modelos de negócios. Mas criará também oportunidades.

“São mudanças muito vertiginosas, e que impõem uma necessidade de adaptação com muita rapidez. Tudo isso fornece algoritmos que ajudam as pessoas a superar desafios do dia a dia, melhorando sua eficiência e produtividade profissional.”, avalia Mario Miranda.

Em pauta ainda, a conversão de energia nos motores elétricos e nos motores a combustão nos equipamentos.

Sergio Leão, diretor de Sustentabilidade do IBRIC, comentou que o ESG já existe há quase 20 anos, mas tem passado por uma evolução. Em 2015, havia 1500 instituições financeiras subscrevendo os princípios e cinco anos depois, mais de 3000 investidores globais signatários. Neste ano, são 4500 investidores institucionais globais, com ativos entre US$ 120 trilhões a 130 trilhões. “Todos os investimentos de infraestrutura passarão pela agenda ESG”, pontuou.

Mecanismos são totalmente diferentes: no motor a combustão encontramos um mecanismo de manivela, composto por cilindros, pistões, válvulas, cambota, entre outros elementos, que através de um processo termodinâmico (exotérmico) queima combustível convertendo a energia química em energia cinética para movimentar o carro.

Inaudito o desempenho do Brasil onde notou-se falta de produto e não uma crise de mercado, na contramão do resto do mundo. Por isso, é imprescindível analisar essas tendências e o crescimento que em 5 ou 10 anos, terá índice será de 4 a 6% ao ano, e os problemas de produção vão continuar puxada pela disputa pelos componentes eletrônicos.

Evolução tecnológica em resposta à busca por maior produtividade e lucros

Inserções de elementos como IA, Smart Cities, Drones e trazem novo panorama e inerente fôlego.

A IA já está sendo aplicada em diversas startups, que estão inovando, criando e utilizando softwares incríveis, capazes de promover mudanças radicais no mercado que conhecemos hoje.

Smart Cities e seus sistemas de pessoas interagindo e usando energia, materiais, serviços e financiamento para catalisar o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida já estão sendo usados pelo mundo. Com gestão urbana para dão resposta às necessidades sociais e econômicas da sociedade. Ou seja, conectadas e otimizadas, graças à utilização da tecnologia, não são apenas um fenômeno mundial imparável, mas podem frear as alarmantes repercussões ambientais e socioeconômicas que a urbanização provocará em nosso planeta.

Os drones na construção civil, por sua vez, auxiliam no processo coleta de imagens aéreas, possibilitando auditorias em obras, fiscalizando obras públicas. Além disso, a estratégia também é econômica para diversas empresas.

“Ouvimos falar de máquinas elétricas, mas que não é realidade da grande maioria, mas precisamos nos preparar e equilibrar essa tecnologia com retorno econômico. Entender o momento certo de avançar’, pontua Eurimilson Daniel.

Já para Mario Miranda outro aspecto demandará investimentos: “Empresas são compostas por pessoas, e o investimento nesse aspecto precisa de atenção e energia. Respeitando seus anseios, suas dificuldades para que elas acompanhem esse desenvolvimento tecnológico e performance.”

No bloco ‘Como a Sustentabilidade e a Integridade podem contribuir para o Fortalecimento das Empresas que atuam na área de Infraestrutura’, Sergio Etchegoyen, presidente do Instituto Brasileiro de Autorregulação do Setor de Infraestrutura (IBRIC), e Sergio Leão, diretor de Sustentabilidade do IBRIC, avaliaram que empresas que aderem acabam impulsionando também seu próprio crescimento econômico e a qualidade de vida dos funcionários.

Investir em sustentabilidade nas empresas significa ter cuidado com os nossos ecossistemas e uma visão avançada de negócio. É mais do que certo que uma empresa que adota práticas administrativas éticas e ecologicamente corretas sai na frente de seus concorrentes, pois passa a ser enxergada de forma muito mais positiva no mercado e isso, principalmente na atualidade, nunca foi tão valorizado.

Ao final do dia, ministrada pelo coordenador do relatório, Mario Miranda, consultor da Sobratema, o ‘Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção’, trouxe ao setor números e informações sobre o desenrolar do futuro no segmento.

Desempenho animador

Há o que se celebrar no mercado de máquinas da linha amarela, revela o Estudo.

As vendas totais de equipamentos para construção devem crescer 44% em comparação a 2020, alcançando 49,3 mil unidades comercializadas neste ano.

Alta estimada é de 39% na comercialização desses equipamentos em 2021 ante 2020, chegando a 31,2 mil unidades vendidas contra 22,5 mil unidades comercializadas no ano anterior.

Ressalta-se que essa é a quarta alta seguida e a quantidade de máquinas vendidas está muito próxima do melhor ano do setor, alcançado em 2013, quando foram comercializadas mais de 33,4 mil unidades. O resultado demostra uma curva ascendente de recuperação desse segmento, que tem o potencial de ampliação, com as concessões de infraestrutura, o marco legal do saneamento, o crescimento do agronegócio e da mineração, e a continuidade das obras residenciais, comerciais e industriais.

O Estudo de Mercado aponta ainda que todos as máquinas que compõem essa categoria de produtos tiveram vendas superiores em relação ao ano passado, com destaque para os rolos compactadores (244%) e minicarregadeiras (134%). A comercialização de escavadeiras hidráulicas deve alcançar 9,5 mil unidades comercializadas, o que significa uma elevação de 36% ante 2020. A estimativa é que as retroescavadeiras subam 38% e as motoniveladoras, 46%.

A categoria “demais equipamentos”, que engloba guindastes, compressores portáteis, manipuladores telescópicos, plataformas aéreas e equipamentos para concreto, segue o bom momento vivenciado pelo setor.

Relatório estima uma expansão de 147% em 2021, puxado principalmente pela recuperação das vendas de guindastes (3650%) e de plataformas aéreas (428%).

A área de equipamentos para concreto acompanhou a elevação das vendas do setor de cimentos, o que repercutiu em um aumento da comercialização dessas máquinas, como os caminhões betoneira (79%).

Sobre as vendas de caminhões rodoviários e tratores de pneus pesados demandados na construção, a previsão é de alta de 41% e 18% neste ano, respectivamente.

Vendas totais de máquinas para construção devem crescer 44% em 2021 em comparação a 2020, alcançando 49,3 mil unidades comercializadas neste ano contra 34,2 mil unidades no ano anterior.

E 2022?

Para o próximo ano, o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção estima um crescimento nas vendas da ordem de 12% no segmento de máquinas da linha amarela e de 15% para todo o setor de equipamentos para construção.

Ou seja, está acurado e ajuizado: trata-se de mais produtividade e eficiência nos processos. Com isso, não resta dúvida de que investir em sustentabilidade nas empresas é o melhor caminho de gestão!

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