Escavadeiras: para baixo

07 August 2019

John deere

Escavadeiras são vistas em serviços de diversos tipos, é verdade. Aí entram a mineração, a agricultura e a indústria florestal, para ficar nos mais comuns. Entretanto, é na construção que são mais aplicadas, com cerca de 70% de sua demanda geral alocados no setor. E é por isso que elas se tornaram um sinônimo visual de obras. Edifícios, metrôs, estradas, túneis, portos etc. Cada obra, grande ou pequena, é um testemunho da penetração deste equipamento no imaginário social vinculado à construção civil.

Desde seus primórdios, quando eram meramente mecânicas, é assim. E hoje, quando uma escavadeira é quase um objeto conectado à rede digital, ainda mais.

Império japonês

Ao se falar em escavadeiras, a força de um país vem à mente, que é o Japão. Ali, muitas marcas tradicionais vêm aperfeiçoando as tecnologias desta máquina.

Uma das mais tradicionais fabricantes de escavadeira do mundo – a Hitachi – recentemente lançou o modelo EX1200-7, que completa a sua nova linha EX-7, que antes já havia lançado os modelos EX2600-7 e EX5600-7. É uma aposta numa dimensão que pode ser tanto para a mineração como para construção pesada.

A EX1200-7 é a menor da linha, e por isso pode ser aplicada à construção. “Trata-se da nossa menor escavadeira de mineração, por isso ela tem aplicabilidade cruzada com a construção. É uma máquina versátil que entrega uma ótima combinação de força e as tecnologias necessárias para o trabalho, seja uma grande escavação, seja na mineração”, diz o gerente de aplicação e marketing para produtos de mineração da Hitachi Construction Machinery, Brian Mace.

Já disponível na América Latina através da rede de distribuição da Hitachi, o novo equipamento traz um significativo aumento no volume da caçamba, que com capacidade de 7 m3 é 4,5% maior do que o modelo anterior. Seguindo a tendência mundial de introduzir melhores tecnologias de administração hidráulica para reduzir o consumo de combustível, a EX1200-7 tem uma válvula de regeneração do fluxo hidráulico que exige menos força do motor para acionar a bomba hidráulica. Com isso, se economizará combustível na operação da escavadeira.

Outra empresa que tem o DNA japonês no mercado de escavadeiras é a Link-Belt Excavators, também conhecida como LBX. Com uma história de mais de cem anos nos Estados Unidos, hoje a marca é propriedade do grupo japonês Sumitomo. Recentemente, a marca fez um grande lançamento para os mercados da América Latina, a série X3E. Para a toda a região, a LBX apresenta quatro modelos da série: 210X3E, 180X3E, 360X3E e 130X3E (esta última não está disponível no Brasil).

Volvo

Sua principal característica é a resistência. A linha X3E da Link-Belt recebeu reforço em toda a estrutura da máquina. Por exemplo, o conjunto de braço e lança é heavy duty, dado que o braço vem com chapa extra para desgaste. Igualmente, o engate da caçamba é também preparado para serviços pesados.

Motorizada com Isuzu Tier 3, a nova série não apenas é mais forte, mas também mais inteligente, dado que oferece três modos de trabalho pré-definidos, que adequam os sistemas internos à necessidade do serviço, evitando desperdícios de recursos.

O modo SP é prioridade para a produção; o modo H é para serviços realmente pesados; e o modo A pressupõe economia com potência aplicada. A ideia é combinar o grau de potência e queima de combustível com o objetivo de realizar o serviço de maneira mais produtiva e, ao mesmo tempo, econômica.

Outra característica interessante da série X3E é a maior dimensão da cabine. O espaço interno é 5% maior do que na série X2, enquanto o piso da cabine cresceu 16% em sua área total. É mais confortável para o operador.

O império japonês de escavadeiras se completa com um nome que é mais que um símbolo. A Komatsu é nada menos do que a segunda maior fabricante de equipamentos pesados no mundo, e no que diz respeito a escavadeiras, sua presença tem uma importância ímpar.

Seu produto símbolo nos mercados do Brasil, com sua fábrica em Suzano, e para a América Latina, é a escavadeira PC200-8M0, máquina que tem motor Tier 3, 138 HP de potência e peso operacional de 21 toneladas. É um equipamento que vem com duas versões possíveis: na versão Massa, trabalha com caçamba de 1,5 m3, para priorizar produtividade e agilidade de operação; na versão Alcance, o equipamento vem com braço de 2,9 metros, facilitando sua aplicação em serviços mais específicos de escavação profunda.

A PC200-8M0 tem seis modos de operação para adequar seus parâmetros de trabalho ao serviço que tem diante de si, e evitar perdas. Uma função especial de ajuste ao modo E põe ainda mais ênfase na economia de combustível, o que de acordo com os executivos da marca dá ao equipamento uma relação custo benefício muito vantajosa.

Como todos os equipamentos Komatsu comercializados no Brasil e na América Latina, a PC200-8M0 incorpora o sistema de monitoramento e telemetria Komtrax. O sistema, gratuito por dez anos para o cliente, entrega tanto os dados de localização, alertas de manutenção, consumo e visão da operação como, também, permite ao cliente se comunicar com seu distribuidor mais próximo, facilitando os serviços de pós-venda para a escavadeira.

Marcas e aplicações

Case

Outro gigante industrial, pertencente ao Grupo CNH, é a Case Construction Equipment, empresa que tem uma ampla oferta de escavadeiras (de 8 a 81 toneladas) a partir de sua fábrica em solo nacional. Seu equipamento destacado é a CX220C Long Reach, cujo modelo com braço estendido lhe dá um alcance de 15,6 metros. É ideal, portanto, para serviços de dragagem de fundo de rios, manipulação de materiais residuais e outras aplicações diferentes da escavação convencional.

Um aspecto diferenciador que a CASE colocou neste modelo é um auxiliar hidráulico unidirecional ou bidirecional para instalar bombas de sucção, o que faz sentido com a aplicação em dragagem, e transforma a escavadeira num equipamento de conceito mais amplo.

“A CX220C Long Reach se destaca por sua eficiência no consumo de combustível e especificidade de aplicação. As duas opções de caçamba disponíveis, de 0,37 m3 e 0,5 m3, proporcionam mais versatilidade ao equipamento, que é capaz de operar desde a manipulação de cereais em silos até a limpeza e dragagem de canais, rios e lagoas. Tudo isso graças a sua capacidade de alcance”, afirma o gerente de marketing da CASE para a América Latina, Maurício Soares.

Por sua vez, a John Deere é um colosso na oferta de escavadeiras: são quatorze modelos oferecidos nos países hispano-americanos, enquanto no Brasil são dez modelos comercializados. Uma grande parte deles sai das fábricas da marca em Indaiatuba, São Paulo. Sua joint venture com a Hitachi agrega outros dez modelos de escavadeira, tanto para a América espanhola como para o Brasil.

Dois modelos da John Deere foram lançados recentemente, a 210G LC ME e a 350G LC ME, que ganharam reforços estruturais e novos materiais de desgaste que promovem alta durabilidade em aplicações mais severas, como é o caso da mineração.

Outro ponto a se destacar na joint venture da John Deere com a Hitachi é a oferta de escavadeiras tipo shovel na América Latina. As shovel são escavadeiras de alta tonelagem cuja caçamba tem uma abertura inferior acionada hidraulicamente para descarga de material de mineração.

A sueca Volvo Construction Equipment, e sua marca de tecnología ajustada SDLG, são uma presença também marcante no mercado de escavadeiras. Com a marca Volvo, a partir de sua fábrica em Pederneiras (SP), saem os modelos EC200D (seu único modelo que não está disponível para os países hispanos), EC210D, EC210DL e EC220DL, além do modelo SDLG LG6225E. Os modelos EC210DL e EC220DL têm opções long reach para trabalhos de alcance profundo.

“Cerca de 70% das escavadeiras vendidas no Brasil estão na classe das 20 toneladas. São equipamentos entre 19 e 22 toneladas de peso operacional. Estas máquinas têm amplitude de operação, sejam leves, médias ou pesadas. A Volvo Construction Equipment é o fabricante que oferece o maior número de escavadeiras nesta classe no Brasil”, diz Gilson Capato, diretor comercial da Volvo CE para a América Latina.

Da parte da fabricante britânica JCB, a novidade é a nacionalização do modelo JS130 em sua fábrica de Sorocaba (SP), após seu lançamento em 2018. 

“A JS130 é o quarto modelo da linha de escavadeiras hidráulicas JCB no país, um dos mais populares no mundo e com uma série de inovações. Já no primeiro semestre de vendas desse modelo atingimos uma boa performance de vendas. E estamos animados com esse resultado, isso reforçou ainda mais nossa intenção de produção local da JS130, que começou a ser fabricada no Brasil agora em maio”, diz o gerente de produto da JCB Brasil, Etelson Hauck.

O equipamento tem um peso operacional de 13,6 toneladas, motor JCB Dieselmax de 100HP e força de desagregação do braço de 59 kN, características que lhe fazem uma escavadeira versátil para serviços de construção e reparações urbanas variadas.

Komatsu

Caterpillar e o combustível

Há pouco mais de um ano a Caterpillar lançou mundialmente sua Nova Geração de Escavadeiras, uma série que colocou o próprio conceito de escavadeira em outro nível. Um conjunto significativo de mudanças na estrutura dos equipamentos justifica as promoções da Cat Next Generation.

A promessa fundamental da nova geração é o aumento de eficiência de 45%, redução de combustível de 20% e custos de manutenção 20% menores. Tudo em função das mudanças no projeto de engenharia.

Para complementar esta revolução estrutural de seus equipamentos, a Caterpillar tenta preparar seu cliente para as flutuações do preço do combustível. Assim, o programa Cat 360 Advantage prevê uma garantia para consumo de dois anos ou 4 mil horas. Se a máquina excede o nível de consumo dentro do tempo contratado, o cliente recebe um crédito para comprar peças, serviços ou ferramentas com o distribuidor local.

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